flores para os refugiados

Depois de 85 dias trabalhando como voluntária independente na crise dos refugiados, conto agora com a sua ajuda para voltar para a Grécia em 28 de novembro. Minha passagem está comprada mas preciso de dinheiro para acomodação e alimentação. Serão 50 dias em diferentes pontos da Grécia e depois, a partir de 23 de fevereiro, mais 40 dias em Calais, na França, um dos maiores campos de refugiados na Europa atualmente.

Na Grécia vou trabalhar novamente em campos militares por onde passei em julho. Com o fechamento da fronteira com a Macedônia, a situação mudou drasticamente e cerca de 57 mil refugiados são mantidos em compasso de espera, morando em campos onde a situação é muito precária. Com alguns voluntários, planejamos construir escola e cozinha em pelo menos um desses campos, no norte do país.

Voltarei a atuar ainda com os refugiados em Atenas, seja em ocupações anarquistas ou em campos fora da cidade. Em julho, passei diversos dias com crianças e adolescentes em Atenas e sei como isso é importante para a autoestima deles. Brincar, conversar, fazer as refeições com eles, enquanto o mundo finge que não existem, é vital já que crianças e adolescentes fazem parte do grupo mais vulnerável da crise. Segundo a ONU, 1 em cada 200 crianças no mundo hoje é refugiada.

Também volto para Lesvos, a ilha grega que recebeu quase 500 mil pessoas apenas em 2015. Minha mãe e eu passamos 45 dias acolhendo os refugiados que atravessavam o Mar Egeu em botes infláveis e barcos de madeira. Dávamos comida, distribuíamos roupas, trocávamos as crianças e bebês. Ajudamos sírios, afegãos, iraquianos, iranianos, paquistaneses, congoleses, nigerianos. Pessoas da Eritreia, do Sri Lanka, de Bangladesh. Enfim, pessoas fugindo de guerras, conflitos, perseguições sociais ou religiosas, e terrorismo. Muitos dos refugiados que recebemos em janeiro continuam esperando por asilo, emprego e escola. Eles fugiram para a Europa achando que o continente iria acolhê-los, mas tudo que conseguiram foi cair num limbo no qual não conseguem mais sair.

Trabalhar em Calais será uma experiência nova para mim. Com quase 10 mil refugiados, o campo fica no norte da França e abriga quase 600 menores desacompanhados. Segundo a Europol, apenas em 2015, 10 mil crianças sumiram depois de entrarem na Europa. Dez mil! Pretendo trabalhar com organizações e voluntários que eu conheço que já estão na área.

Quando me perguntam por que faço isso digo que não vejo diferença entre uma adolescente refugiada e mim. Elas querem viver em paz, ir para a escola, ter uma casa. Elas querem uma vida normal. Não é o que todos nós queremos?

A cada 25 reais doados, um arranjo do projeto flores para os refugiados, criado em abril em parceria com a minha mãe, é presenteado a alguém. Você pode acompanhar o projeto pela nossa página no Facebook e saber mais detalhes do meu trabalho nos diversos links abaixo: 

• http://cbn.globoradio.globo.com/comentaristas/mais-sao-paulo/2016/06/14/MAE-E-FILHA-VENDEM-FLORES-PARA-AJUDAR-REFUGIADOS-NA-GRECIA.htm
• https://queminova.catracalivre.com.br/ilumina/mae-e-filha-vendem-flores-para-ajudar-refugiados-na-grecia/
• https://www.youtube.com/watch?v=kSMjimZ7zDk
• https://www.youtube.com/watch?v=fpCebDig4aY
• https://blogs.unicef.org/blog/45-days-in-a-greek-refugee-camp/
• https://www.facebook.com/floresparaosrefugiados/?ref=page_internal
• http://migramundo.com/pelos-refugiados-uma-ponte-de-flores-entre-brasil-e-grecia/
• http://www.acnur.org/portugues/noticias/noticia/da-compaixao-ao-abraco-a...