Manchado

Na madrugada do dia primeiro de setembro de 2013, minha vida mudou de uma forma que jamais voltaria a ser a mesma. Eu, Braian Thomas e minha amiga Marina dos Santos, fomos atingidos em cheio em uma colisão de um carro que vinha em alta velocidade e tentara fazer uma ultrapassagem ilegal. Como agravante o motorista estava alcolizado e mal sabia ele que além de quase tirar a vida de dois jovens na flor da idade, poderia ter tirado a sua propria. Mas por um acaso do destino, esse tal homem não sofreu nem mesmo um arranhão, enquanto suas vitimas, jovens de 16 e 20 anos, fraturaram ossos por todo o corpo e por muito pouco sobreviveram.

Ao chegar ao hospital a primeira avaliação medica foi de que o garoto Braian não resistiria as cirurgias e morreria, e a garota Marina teria uma de suas pernas amputada. Felizmente os medicos estavam errados, ambos sobrevivemos, sem que precisasse ser amputado nenhum de nossos membros. Ficamos internados na Unidade de tratamento intensiva (UTI) por muito tempo e passamos por diversas cirurgias.

Após um ano de tratamento, idas e vindas ao hospital, cirugias, fisioterapia, exames e momentos dificeis sem que o causador de tudo isso tenha pago 1 centavo, eu estou finalmente a um passo do fim. Durante todo esse tempo pensei em desistir algumas vezes, senti muitas dores, me senti perdido. Mas eu não deixei que isso tomasse conta de mim, eu fui mais forte. E agora, eu quero fazer com que outras pessoas se tornem mais fortes, eu quero mostrar tudo que aprendi, quero contar minhas experiencias e a minha historia. Quero transformar minha dor em arte! E para isso escrevi este livro.

É importante que todos saibam o quão perigoso é o transito, e a importancia de dirigir com prudencia, de se proteger. É importante que todos saibam o quanto a vida é curta e pode escapar de nossas mãos tão facilmente. É importante que todos saibam que são mais fortes do que pensavam ser, e que até mesmo um pequeno garotinho como eu, conseguiu suportar todo o peso de quase morrer, e passar meses deitado em uma maca, sem ver nem mesmo a luz do sol.