Impulsionando Turina

Do meu pai herdei o canto e o gosto pela moda de viola caipira, da minha mãe herdei as habilidades manuais.

participei do meu primeiro programa de calouro na TV aos oito anos ao mesmo tempo em que comecei a fazer crochê e pinturas em panos de prato.

Fui desafiada pelo meu pai a fazer um pulôver de crochê aos oito anos e fiz. Ganhei uma aposta de mil cruzeiros em 1976. Comprei para mim e minha irmã, nosso primeiro par de botas, as minhas, vermelhas!

E assim cresci entre música e artes manuais.

Aos 15 anos aprendi a tocar violão e participava dos festivais de música na escola.

Me casei e fui para São José dos Campos onde aprendi a tocar viola caipira e por muitas vezes, depois de já separada com duas filhas, tocava nos bares em troca de pão, literalmente.

Foi nessa época que surgiu meu nome Turina. “Turina é uma das cordas da viola caipira, a mais fina e a mais “tinhosa” delas, segundo os violeiros da região. Será que teve a ver com meu gênio escorpiano? Sempre me pergunto rs

Fugi com minhas filhas para o Paraná onde comecei minha trajetória profissional como coordenadora cultural de um clube esportivo.

Em 1997 voltei para Cuiabá. Já com as filhas adolescentes aos trinta anos ingressei na faculdade de Licenciatura em Artes Visuais e comecei minha carreira como artista plástica e professora de arte. Dalí pra cá tenho me dedicado à arte de diversas maneiras, tanto produzindo, como trabalhando em fomentar a arte por meio dos projetos culturais e iniciativa própria.

Como autodidata, tenho trabalhado duro e estudado muito durante todos esses anos para aperfeiçoar as técnicas de minha expressão. Ao contrário do que se pensa, arte é muito suor, estudo, dedicação, persistência, é alegria, mas também decepções e frustrações. Por ser extremamente autocrítica a busca pela minha obra prima é infinita. Talvez nunca encontre, mas pelo menos, vou morrer criando.

Sou Professora de Artes formada pela UNIC - Universidade de Cuiabá e atuei na educação de crianças, jovens e adultos tanto em entidades públicas quanto privadas.

Fui analista de Artes Visuais no SESC Arsenal em Cuiabá e Coordenadora pedagógica do “Programa Gente Arteira” da Caixa Cultural de Brasília.

Como artista desenvolvo trabalhos em pintura a óleo e acrílica sobre tela, xilogravura, aquarela, giz pastel, e artes têxteis.

Por meu estilo de desenho ser bastante minucioso, a xilogravura veio atender exatamente às minhas linhas criativas. Apesar de amar as cores, meu desenho se incorporou à xilogravura de forma instantânea e orgânica. É onde flui com mais naturalidade, sem dúvida.

Porém minha paixão sempre foi a cerâmica. Comecei como escultora e produzi durante alguns anos peças em terracota. Minha inspiração sempre foi o universo das formas femininas misturadas com flores. Inspirada nas Xilogravuras que já desenvolvia há algum tempo, pensei em aplicar o processo em peças de barro. Depois de um tempo pesquisando descobri a técnica do “Sgraffito” que se parece muito com o processo de xilogravura. Pesquisei quais as melhores argilas para a nova técnica, comecei a produzir meus próprios engobes e a gravar meus próprios desenhos nas peças.

Minha fase das xilogravuras foi de 2011 a 2016. Nesse período produzi uma coleção de 20 xilogravuras.

Depois de anos dedicados a produção Cultural, retomei o trabalho com argila em 2017. Comecei fazendo biojóias de pequenas esculturas de rostos femininos quando iniciei o processo de aprendizado em esmaltação como autodidata. O trabalho foi evoluindo para peças utilitárias e decorativas até chegar no meu trabalho atual.

Fui um dos 75 artistas selecionados para participar do 26º Salão Jovem Arte do Mato Grosso, “Despertar discos Imaginais”, com mais de 250 inscrições. O Salão aconteceu de 05 de outubro a 12 de dezembro de 2021, tendo eu participado com duas obras em xilogravura: “Isa” e “Maria Callas como MM Butterfly”.

Participei também da Exposição de Cerâmica no Sesc Arsenal MT, “Pantanal à mão” de 20 de setembro a dezembro de 2022, juntamente com o “Coletivo Ceramistas do Mato”, com quatro obras: “Ondina e a Jaçanã”, “Jaçanã Rainha dos Lagos”, “Colhereiro do Pantanal” e “Camalote-da-meia-noite”.

Recentemente tive minha obra escultórica: “Ondina e a Jaçanã” participando da 2ª Exposição de Ceramistas do Brasil online., pelo site “Ceramistas do Brasil”.E por fim participei da Exposição de Presépios do Museu de Arte Sacra do Mato Grosso de 12 de dezembro de 2022 até 20 de fevereiro com minha obra “O Nascimento da Luz”.