35 anos do Projeto Baleia Franca!

A Baleia Franca Austral (Eubalaena australis, Desmoulins 1822) era uma das espécies de baleia mais abundantes em águas brasileiras, porém a caça indiscriminada ao longo de quase 400 anos levou a espécie à beira da extinção. No Brasil a espécie vem se recuperando e sua população aumentando, mas ainda enfrenta ameaças. A destruição e degradação do ecossistema é rápida e desenfreada, por isso precisamos muito da sua contribuição com esse Kickante. Se não fizermos nada hoje, as baleias podem deixar de utilizar nosso litoral para se reproduzir: uma perda irreversível!

Vamos juntos evitar essa perda irreversível! Vem com a gente, ainda dá tempo de mudar essa história →→→

Nós, do Projeto Baleia Franca, lutamos pela preservação das baleias baleias franca e do nosso ecossistema. Queremos ampliar a nossa atuação realizando monitoramento das baleias em enseadas que hoje não são monitoradas, e ampliar uma de nossas pesquisas sobre o comportamento das baleias, mas precisamos dos recursos necessários para que isso aconteça, com aquisição de equipamentos como um drone para que possamos avançar em nossas pesquisas. Contamos com você para conscientização e preservação de nosso planeta! Clique, ganhe recompensas exclusivas e compartilhe com todos os seus amigos porque juntos, podemos criar uma corrente do bem em prol de nosso Meio Ambiente. Vem com a gente!

Vem com a gente avançar nas pesquisas e monitoramento porque precisamos permitir que essa espécie continue se reproduzindo em nosso litoral! →→→

A conservação das baleias franca depende de nós! Escolha quanto quer doar e sua recompensa! Doe agora! >>>>>>

Iremos comemorar 35 anos de atividades em 2017 e precisamos continuar nossas ações pela conservação das baleias franca. Todo e qualquer ser vivo tem direito a vida, tem um papel fundamental no ecossistema. Temos responsabilidade, a consciência ambiental tem que ser de todos. Se você acredita nesta causa e quer ajudar, esta é uma forma fácil e rápida de fazer parte do nosso projeto de maneira ativa!

Além da ampliação de nossas pesquisas, temos o desejo de fazer novos materiais impressos (folheteria institucional, exposição de fotos, um livro sobre as baleias, uma coleção de livretos infantis) e materiais audiovisuais (um vídeo institucional e um documentário).  Precisamos de parceiros para viabilizar a elaboração e produção do material.

A baleia franca austral (Eubalaena australis, Desmoulins 1822) foi uma das espécies de baleia mais abundantes em águas brasileiras, porém a caça indiscriminada ao longo de quase 400 anos levou a espécie à beira da extinção. As populações de baleias franca foram alvo da exploração comercial no mundo inteiro até o início do século XX. Estima-se que a população original no Hemisfério Sul, antes das atividades de caça, era em torno de 90.000 indivíduos e, atualmente esteja em torno de 12.000 indivíduos. Consideradas uma das espécies mais ameaçadas de extinção do planeta, sua população vem lentamente se recuperando.

As baleias franca possuem diversas características peculiares que nos permitem distingui-las facilmente dos outros grandes cetáceos. A principal é a ausência da nadadeira dorsal e das pregas ventrais, características das outras espécies de grandes baleias. Possuem o corpo predominantemente preto, uma nadadeira peitoral em formato trapezoidal, e a cauda toda preta, larga e pontuda. O borrifo observado quando vêm à superfície para respirar possui formato característico em “V”. Outra característica única das baleias franca são as calosidades de pele existentes na região da cabeça. Essas calosidades são infestadas por colônias de ciamídeos, pequenos crustáceos conhecidos como piolhos-de-baleia, os quais conferem às calosidades uma coloração branca ou amarelada. A distribuição das calosidades nas baleias franca segue um padrão equivalente à dos pelos na face humana, porém o formato, tamanho e número de calosidades variam entre os indivíduos. Esta distribuição permanece constante ao longo dos anos e funciona como uma impressão digital, permitindo a identificação individual das baleias franca. 

  As baleias franca podem medir até 18 metros de comprimento e pesar até 60 toneladas, sendo que as fêmeas adultas são ligeiramente maiores que os machos. Os filhotes nascem com cerca de 4 metros e pesando de 4 a 5 toneladas. As baleias franca não costumam viver em grandes grupos, sendo que animais solitários ou grupos de dois indivíduos são os mais frequentes, podendo ser compostos por pares de mãe e filhote ou grupos de adultos não acompanhados por filhotes. São bastante dóceis, lentas, e possuem hábitos costeiros durante o período reprodutivo, de julho a novembro, quando procuram águas calmas e quentes para acasalamento, nascimento e cuidados com os filhotes, permanecendo próximo à arrebentação das ondas. O tempo de gestação das baleias franca é de quase um ano, as fêmeas dão à luz um único filhote, podendo ter um a cada três anos. A expectativa de vida reprodutiva da fêmea é de aproximadamente 30 anos, sendo que uma fêmea pode produzir até 9 filhotes e viver pelo menos 65 anos. No entanto, a longevidade da espécie possivelmente seja acima de 100 anos.

Apesar das baleias franca estarem protegidas internacionalmente desde 1935, a proibição oficial da caça comercial de baleias no Brasil ocorreu somente em 1987 (Lei Federal Nº. 7643, de 18 de dezembro de 1987). Desde 1989 a baleia franca encontra-se citada na Lista Oficial Brasileira das Espécies Ameaçadas de Extinção (Portaria IBAMA Nº. 1522, de 19 de dezembro de 1989), sendo atualmente classificada com o status de Em Perigo (EN, D1). 

Ao longo dos 34 anos de atividades do Projeto Baleia Franca, completados em 2016, as conquistas e resultados obtidos para a conservação de uma espécie ameaçada foram muitas. As baleias franca possuem hábito costeiro e apresentam sinais de recuperação populacional com potencial ocupação de antigas áreas de distribuição. Face à recuperação populacional e ao crescente interesse econômico na costa brasileira, é imprescindível a continuidade de estudos sistemáticos e de longo prazo na sua principal área de ocorrência, e nas áreas adjacentes, permitindo ampliar o conhecimento científico sobre esta espécie e oferecer subsídios às necessárias ações de conservação da espécie e seu habitat. 

O Projeto Baleia Franca (PBF), responsável pela redescoberta das baleias francas no Sul do Brasil em 1982, foi criado com o objetivo fundamental de garantir a sobrevivência e a recuperação populacional da baleia franca em águas brasileiras, através de duas linhas de ação principais: investigação científica através dos monitoramentos aéreo e terrestre e atividades de educação ambiental. Os primeiros anos consistiram principalmente de esforços para o levantamento de informações sobre a presença da espécie em Santa Catarina, e conscientização da população através de placas informativas. No final da década de 80, os primeiros levantamentos aéreos permitiram a obtenção de informações inéditas sobre a ocorrência e distribuição da espécie no sul do Brasil.  
O Programa de Monitoramento Aéreo é o principal programa de pesquisa do PBF, realizado no litoral centro-sul do estado de Santa Catarina e Norte do Rio Grande do Sul desde 1986. O objetivo dos sobrevôos é a realização de censo e a identificação individual das baleias franca no litoral sul do Brasil, bem como obtenção de informações sobre a ocorrência e distribuição da espécie durante seu período reprodutivo no Brasil. A partir destes sobrevoos o PBF construiu um banco de dados com informações sobre a dinâmica populacional das baleias franca em águas brasileiras. 

O Catálogo Brasileiro de Fotoidentificação dessas baleias, mantido pelo PBF, é um dos principais resultados e conta com cerca de 800 baleias franca catalogadas. A partir destes dados foi possível estimar que a taxa de crescimento das baleias franca no Brasil é de 12% ao ano. Uma média de 110 baleias franca frequenta o litoral sul do Brasil a cada ano, e a estimativa é de que cerca de 500 baleias franca visitem regularmente a costa brasileira.

A partir dos dados de monitoramento aéreo, constatou-se que as baleias franca que frequentam a área de concentração reprodutiva no sul do Brasil não são apenas transientes, uma vez que 25% das baleias têm sido reavistadas nesta região, sendo principalmente fêmeas que retornam para procriar a cada três anos. Tal constatação reforça a importância do litoral sul do Brasil como berçário e área de concentração reprodutiva para a espécie. Baleias franca adultas, não acompanhadas por filhotes, e indivíduos juvenis também são reavistadas, porém em intervalos variados, mas seguem o mesmo padrão de fidelidade. Esse monitoramento também permitiu diagnosticar a principal área de ocorrência da baleia franca no litoral sul do Brasil. Com base nisso, os estudos sobre dinâmica populacional, ecologia comportamental, atendimento a encalhes, monitoramento de atividades antrópicas como o turismo de observação de baleias embarcado e atividades portuárias, além de um trabalho de conscientização das comunidades locais e usuários da região se concentram na costa centro-sul de Santa Catarina e Norte do Rio Grande do Sul.

O resultado das pesquisas realizadas pelo PBF auxiliou as autoridades ambientais na formulação de políticas públicas para a proteção da espécie e subsidiou importantes conquistas ao longo dos anos de suas atividades. Em 1995, a baleia franca foi declarada como Monumento Natural do Estado Santa Catarina. Em 2000, o PBF obteve êxito na sua proposta de criação da Área de Proteção Ambiental da Baleia Franca (APABF)/ICMBio, uma área de 156.000 hectares e 130km de costa no litoral centro-sul de Santa Catarina. Com isso a espécie recebeu proteção específica na principal área de ocorrência. O PBF auxilia na gestão e ordenamento das atividades que podem afetar as baleias na APABF, além de participar ativamente do Conselho Gestor da Unidade. Ainda no que diz respeito a políticas públicas, o PBF também participa de conselhos municipais, atuando em prol da gestão adequada do ambiente ocupado pelas baleias franca.