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EPILEPSIA | uma fábula de Samuel Kavalerski
EPILEPSIA | uma
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EPILEPSIA | uma fábula de Samuel Kavalerski

EPILEPSIA | uma fábula de Samuel Kavalerski

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Sou um artista que transita entre diversar linguagens: a dança, as artes visuais, o design, o vídeo, a linguagem de internet e o teatro. Não acredito que a arte esteja em pensamentos, tecnicas e linguagens fechados em si. A arte está no trânsito, no espaço das interconxeões, no vão onde as trocas acontecem. O trânsito entre as diferentes disciplinas e saberes e as misturas me interessam.

Este projeto é minha primeira aventura com as palavras:

EPILEPSIA | uma fábula é um livro que gira em torno que um personagem dançante que vaga por uma cidade cheia de formas. Entre construções e desconstruções, estruturas e fluxos, ele nos faz PARAR para refletir sobre o MOVIMENTO. Uma fábula sobre a dança. Um texto dançado.

A impressão e distribuição deste livro é a primeira etapa de um projeto que se pretende desdobrar com a criação de um espetáculo e também de um filme.

Você colabora com o projeto de financiamento coletivo e recebe um exemplar do livro em casa, além de poder doar para a sua continuidade e receber uma série de recompensas:

Confira um trecho do texto:

Preâmbulo: Numa noite imóvel

A lua branca era um ponto raro de esperança naquela noite tão escura. A água da chuva ainda se acomodava pelo asfalto e refletia a claridade em milhares de migalhas líquidas. Era uma cidade grande, destas com estações de trem, chafarizes e teatros. Fazia frio e o vento fraco não movia nem o que havia de muito leve. Àquela hora, se instaurava um vazio profundo e espaçoso. O silêncio era um rei tirano. Edifícios e monumentos pesavam indiferentes sobre a terra e as ruas úmidas eram um deserto. Nenhum passo, som ou respiração. A neutralidade havia se imposto ao tempo e parecia ter suprimido qualquer ação, qualquer presença. Parecia que tudo o que havia tinha de repente ido embora e aberto espaço para o nada. Esta ausência doía e se dilatava no contorno de uma carícia sobre cada centímetro da superfície da cidade.

De uma das ruas brotava uma fenda entre os blocos de concreto: um beco estreito e escuro. Um labirinto tão objetivo que, se alguém houvesse e decidisse explorá-lo, teria como sentença o retorno sobre os próprios passos.

A certa altura da noite imóvel, a luz da lua lambeu o breu e revelou ao longe, na extremidade do beco, um homem deitado no chão. Do negrume, a claridade desenterrou lentamente as pontas de um corpo esguio abandonado ao próprio peso. O homem dormia imóvel como a noite.

Havendo alguém que decidisse se aproximar passo após passo beco adentro, veria de perto, sobre os ângulos daquela carcaça, o depósito de uma grossa crosta de sujeira. Pela pele, feridas abertas e sangue; sobre ela, o acúmulo de suor e poeira; sob as unhas, como terra cavoucada, uma matéria compacta e escura; o cabelo era uma massa disforme, embolada com sebo; e, pela barba, catarro, saliva e restos de algo que serviu de alimento. As vestes gastas também estavam sujas pelo que vinha de dentro e pelo que vinha de fora. Uma aura pesada cheirava o azedume da imundice humana, mistura apurada de suor, secreções, excreções e hálito. Muito tempo e matéria haviam se sobreposto e sedimentado sobre o corpo e essas camadas, por apego e hábito, já eram parte do que era o homem.

O olhar que enfim chegasse ao fim do beco e, disposto a uma aproximação maior, assumiria o ponto de vista dos parasitas que habitavam o corpo. Bem de perto, aderido ao visco da sujeira, o olhar curioso teria uma revelação: a aparente imobilidade de que aquela noite se vangloriava era uma farsa. Pelo corpo, pequenos músculos se contraíam, cavando vales, e se relaxavam. Artérias mais superficiais elevavam ondas tênues na pele enquanto bombeavam o sangue. O caminho do ar ampliava e diminuía o volume do tórax. O coração batia. Havia correntes elétricas. O corpo pulsava numa dança mínima, quase visível ao olhar de fora. Naquela noite, quando um segundo era praticamente igual ao anterior, havia movimento. Nem tudo estava perdido. Um compasso constante e sereno embalava o sono do homem.

Num repente, entretanto, como numa erupção e sem motivo, algo muda: tudo no corpo encrespa; a respiração acelera; o coração bomba impetuoso, soca o peito; o sangue engrossa, a circulação não flui, há atrito; há esforço; o tórax infla, puxa mais ar e murcha em sopros rápidos; há calor, o suor verte; o corpo lateja num ritmo de esquizofrenia; oscilações incoerentes descompassam expansões e contrações, sístoles e diástoles; tudo se torna abrupto. Na tentativa de conter os impulsos por dentro, o invólucro do corpo se enrijece, aperta e empedra. A explosão teria sido um caminho mais fácil. O romper latente passa a transfigurar as formas do corpo. A nuca se espreme e arqueia o pescoço para trás; a boca abre numa fresta; língua, palato e garganta, úmidos de saliva sentem o ar que entra seco e sai em sons manchados; os poros se alargam e a casca dura da pele vira uma membrana fina; os pelos levantam e repuxam incontáveis pequeníssimos cumes; o tato se amplifica e a pele sente o toque do ar, da sujeira, o arranhão da fibra dos tecidos, a umidade áspera do chão; os olhos se reviram, as pálpebras batem como asas de um inseto; o sexo endurece; os punhos cerram com força e as unhas afundam na pele das palmas das mãos; na face, uma carranca se contrai por dor e negação; a saliva abunda, espuma e escorre pelas laterais da boca; espasmos contorcem a musculatura, contraindo, retendo tensão até afrouxarem quase à morte; o peito se afunda e os ombros fecham; as escápulas se abrem para, em seguida, se juntarem apertando a musculatura das costas; a coluna arqueia reabrindo o peito ao ponto de rompe-lo; é preciso mais ar; o ventre oscila entre idas e vindas até que se contrai intenso, repuxa o quadril em direção ao estômago e condensa todas as pulsões num núcleo, na potência de uma concentração atômica; a matéria do corpo se força a uma levitação tesa; o homem todo se comprime e rejeita o chão, recusa a gravidade num esforço por se elevar, descolar, desprender, até que o cérebro pesa num escuro profundo.

 

A queda.

. . .

 

Samuel Kavalerski é bailarino, coreógrafo e artista visual. Atualmente é professor da Escola de Dança de São Paulo, vinculada ao Theatro Municipal. Em 2016, dirigiu Céu de Espelhos, projeto vencedor do 20o Cultura Inglesa Festival, dividindo a criação e a cena com Irupé Sarmiento. O espetáculo lhes rendeu uma indicação ao prêmio de melhor interpretação da APCA. De 2013 a 2015 foi assistente de direção e ensaios do Projeto Mov_olA, do coreógrafo Alex Soares. Tem atuado como professor convidado de dança clássica em companhias como a Cia Fragmento, a Cia Divinadança, o Balé da Cidade de São Paulo e o Balé Guaíra. Foi solista da São Paulo Cia. de Dança desde a sua fundação, em 2008, até 2013. Integrou o elenco da Quasar Cia de Dança, de Goiânia, entre 2005 e 2008, e o Balé Teatro Guaíra, de Curitiba, entre 1999 e 2005. A partir de 2010 começa a desenvolver trabalhos coreográficos no Programa de Desenvolviemento de Habilidades da São Paulo Cia de Dança. Graduado em Artes Visuais com Ênfase em Computação, pela Univeridade Tuiuti do Paraná, em 2005, tem desenvolvido trabalhos relacionando a dança com a linguagem de internet. Seu Projet Pas de Danse, participou de eventos como a exposição CorpoInstalação no SESC Pompéia (2009), do Café Tecnológico no SESC Belenzinho (2012), além da CLIF – Curitiba Luz Imagem Fotografia (2013). Suas animações interativas fizeram parte do programa "Artes Visuais", da SESCTV, produzido pela Documenta Video Brasil.

 

A São Paulo Review nasceu como revista literária brasileira criada em formato digital, em 2013, pelo escritor e editor Alexandre Staut e pela escritora e roteirista de cinema Viviane Ka, com o intuito de discutir e divulgar a literatura feita no Brasil e no mundo, através de ensaios, entrevistas, críticas literárias, vídeos, reportagens, encontros literários e saraus. Hoje, a publicação é feita pelos dois fundadores e por Ana Weiss, que tem ampla experiência em jornalismo cultural e que se juntou ao time em 2016, completando assim a direção do projeto e trazendo novas ideias ao programa original.

A publicação foi criada a partir de uma lacuna na área da literatura. A ideia desde o início foi fomentar a literatura brasileira de todos os tempos, além daquela feita no exterior. O projeto foi inspirado nas reviews existentes em diversas cidades do mundo, como The Paris Review of Books, The New York Review, London Review, entre outras, que serviram de modelo, e logo o site se tornou indispensável no meio literário nacional.

Para a criação, foram chamados conselheiros de grande expressão no mundo das letras, como a escritora Maria Valéria Rezende; o professor da Sorbonne, Leonardo Tonus; os escritores Humberto Werneck, Ubiratan Muarrek e Sergio Tavares, entre outros.

Ao perceber a demanda na área de publicação de livros, no brasil, a São Paulo Review acaba de se tornar editor de livros. A estreia como editor acontece com a novela  “EPILEPSIA | uma fábula”, de Samuel Kavalerski.  

Mais informações sobre a editora aqui:  https://pt.wikipedia.org/wiki/São_Paulo_Review

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Acredito que toda forma de auxílio é válida. É um prazer contribuir, ainda que minimamente, para realização de um sonho que, no futuro, pode vir refletir positivamente no nosso amado país.

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Minha motivação é poder contribuir no voo de uma artista da minha terra e que me encantou desde a primeira apresentação que assisti. O que me deixa feliz é saber que apesar de singela, minha contribuição pode levar esse espetáculo a encantar milhares de outras pessoas

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Que Allah SWT abençoe a bela iniciativa, com êxito inshaallah!

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