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Proteção e Manejo de Aves Migratórias Marinhas
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     Até recentemente a problemática ambiental com diminuição populacional das aves limícolas ameaçadas de extinção não envolvia diretamente outros hábitos dos pescadores artesanais, além de caça e coleta de ovos. Recentemente identificamos durante mais de 30 expedições realizadas na região costeira Bragantina, dois sítios reprodutivos na ilha do Baiacu e na ilha de Otelina (Figura 01) utilizados pela Sterna antillarum e a Charadrius wilsonia, ambas classificadas como vulneráveis de acordo com portaria Nº 444, de 17 de dezembro de 2014. Agravando esse risco encontramos um aumento da presença de cachorros introduzidos pelo homem nesses habitats costeiros, com aumento da pressão de predação sobre as aves costeiras que nidificam no chão. Com essa evidência documental a primeira contribuição do projeto foi a de catalisar ações em parceria com o poder público e os pescadores  para diminuir a intensidade da predação promovida pelos cachorros sobre a avifauna em questão.

     A contribuição subsequente foi a identificação através da realização de entrevista com os pescadores empregando questionário semiestruturado desenhado para investigar com auxílio dos pescadores as razões de como e porque essa pressão tende a aumentar. Restou caracterizado que os cachorros são levados pelos pescadores para garantir segurança ao material de pesca, pois eles alertam quando embarcações ou pessoas se aproximam, dificultando a atividade de saqueadores. Entretanto esses animais são muitas vezes abandonados nesses locais quando os pescadores retornam a suas casas na cidade, ou trocam de ilha, que utilizam como porto durante a temporada de pesca. Como resultado dessa prática todas as   praias, que visitamos tem uma população de cachorros as vezes bem maior que a própria população humana do local.  

     Com o crescimento populacional dos cachorros, a oferta de alimento (vísceras de peixe) não é o suficiente e os cachorros tendem a procurar outras alternativas, os ovos e filhotes das aves que nidificam no chão se tornam alvos fáceis. 

     

     Um único cachorro preda mais de 5 ninhos em cerca de cinco minutos. Na ilha de Canela, por exemplo, existem cerca de 60 cachorros e as aves já não fazem mais ninhos nessa ilha. A execução de uma medida que já está em curso e que em longo prazo fará diferença, refere-se a um esforço inicial de castração de 35 cachorros da ilha de Canela (Figuras 05 e 06). Esse esforço do projeto com resultados já visíveis é fruto de uma parceria  entre Biólogos do IFPA - Campus de Bragança, Engenheiros de Pesca da Universidade Federal do Pará, Médicos Veterinários da ONG Vetrinários sem Fronteiras, Secretaria de Pesca, Meio Ambiente e de Saúde da Prefeitura Municipal de Bragança, Associação  de Proteção Ambiental de Bragança - ASPAM e recrutamento de pescadores voluntários para atuar em prol da iniciativa de conservação dos habitats utilizados para nidificação no chão por aves limícolas migratórias.

   

    Até o presente momento outra ilha que sofreu intervenção foi a do Baiacu com a retirada dos 10 cachorros existentes no local. Com essas iniciativas esperamos gerar resultados de recuperação populacional destas aves por conta da redução da pressão predatória trazendo benefícios diretos para a conservação das aves limícolas  migratórias, a serem monitorados no período reprodutivo que se iniciou agora em junho de 2015.  

Os resultados do trabalho sistemático de acompanhamento dos pescadores e sua conscientização através das entrevistas, do recrutamento dos interessados em ajudar na conservação, da intervenção local com placas de advertência (Figura 04), da retirada de cachorros e monitoramento e produção de material audiovisual atraente sob a forma de vídeos paradidáticos (disponível na página do projeto https://www.facebook.com/CristovamGuerreiroDiniz) centrados facilmente acessados pela comunidade científica e comunidade pesqueira presente nas ilhas gerou uma política pública baseada em evidências. Nesta o poder público, a comunidade envolvida com o problema e a academia representada por seus especialistas e suas instituições se juntam e se antecipam em uma ação conservacionista. Para o segundo ano está previsto execução palestras, divulgação do vídeo em outras ilhas e mais campanhas de castração.  

    Os recursos disponíveis para a realização das intervenções se esgotou e sabíamos que não seria o bastante. No atual cenário executamos nossas poucas ações com recurssos próprios e obviamente não conseguiremos alcançar os resulçtados que precisamos neste rítmo.

     Precisamos de um barco pois a equipe é grande e o barco que temos não suporta.

     Precisamos efetuar reparos no veiculo que usamos e nas embarcações.

     Precisamos de combustível para as intervenções.

     Para chegar às ilhas a maré é forte e nosso barco não é o ideal para tanto.

     Precisamos alimentar nossa equipe durante as campanhas de castração.

     Enfim, precisamos de sua ajuda para continuar.

     Para mais vídeos sobre nosso trabalho: 

     https://www.facebook.com/CristovamGuerreiroDiniz

     https://www.youtube.com/channel/UCnPCk0TVuB5EddEWJRHy5Sw

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