Toré Aboiado - CLIPE - Rafael Galeffi

Chegança:

Reverenciar a nossa cultura e o nosso povo, assim como as demais culturas que há no mundo. Fazer com que a arte se propague, e que o artista se proponha a desbravar novos horizontes de escuta e troca de experiências. A obra em si, muitas vezes, é apenas um instrumento de abertura para o aberto: lugar onde reside o mágico fenômeno do encontro entre as pessoas e suas cognições afetivas, através de algum evento ou coisa, ou seja, um show, um espetáculo; uma escultura, uma pintura e tantas outras formas. Po isso, peço licença e te convido a experienciar este momento comigo: Toré Abioado - meu primeiro clipe - onde reverencio a cultura brasileira, suas sonoridades múltiplas e profundas. Improvisação, performance, dança, música, vida!

Processo criativo

Num ato criativo, nasceu uma improvisação livre. Era abril de 2020, em plena quarentena do Covid-19, uma noite chuvosa. Então, faço essa gravação no meu estúdio adaptado em casa. No dia seguinte, ouvindo aquele registro, fiquei intrigado com o resultado daquela madrugada. Naquele momento, eu trabahava de forma remota para várias pessoas. Diversas encomendas, arranjos para quarteto de corda para o disco de uma amiga, gravações de violão e violas para vídeos de quarentena e produções de discos, além das minhas principais produções de projetos para discos e EP`s. Bom, um artista a serviço das pessoas e da própria arte, que exige esse tempo de dedicação, tempo de existir para isso. Por isso, fazer arte... todo mundo pode estar apto a fazer algum tipo de arte. Porém, cada qual tem o seu caminho próprio, e o meu é trabalhar para a arte em tempo integral. 

Arte em tempo integral:

A potência geradora de sentido que a arte provoca no mundo é indiscutível. Por isso, artistas como eu se dedicam integralmente a esse labor, esse trabalho, essa profissão. Agora, eu ofereço aqui esta obra, fruto de muitos atos criativos. Assim que essa música estava ali gravada, veio aquela inexplicável inquietação e o desejo de mostrar ao mundo. Nós, todos nós queremos dividir nossas descobertas, em boa medida. Então, surgiu a idéia de montar imagens com essa trilha, essa composição, que eu chamei de Toré Aboiado.

Projeto:

Na busca por uma ilustração, lembrei de um material que eu havia produzido, umas imagens feitas pela fotógrafa Nathália Miranda. Isso foi um ensaio fotográfico que fizemos na cidade de Itaparica, Bahia. Este ensaio foi em setembro de 2019, cerca de sete meses antes de gravar este improviso. Para aquela ocasião, eu iria lançar o meu primeiro disco autoral, algo que é muito especial para a carreira de um músico. Então, fomos de Salvador para Itaparica, morada poética daquele projeto, apenas para produzir as fotos que pudessem ser usadas para a confecção da capa e/ou arte do disco. Assim foi. Dentre inúmeras fotografias, uma foto, apenas uma foto foi escolhida e caiu nas mãos de uma experiente design gráfica, Aju Paraguassu, e a capa e arte gráfica do álbum A Casa do Sol Poente foi lindamente elaborada. Passaram-se os meses, o disco foi lançado digitalmente, porém, as inúmeras outras fotografias e muitos minutos de filmagens ficaram ali numa gaveta digital. Então, tive a idéia de fazer uma montagem com essas imagens e essa trilha. Resultado, o clipe Toré Aboiado.

Obra:

Toré Aboiado é um título que faz uma referência ao toré, ritual dançante dos índios, e ao aboio, esse canto típico dos vaqueiros do sertão. Nesta obra, o toré simboliza a parte onde reverencio esses povos do Brasil que passam hoje por uma situação muito delicada, sobre a nossa relação com essa cultura, preservação dessa gente brasileira e preservação das florestas e tantas outras questões de enorme complexidade. A referência do canto aboiado faz então a homenagem aos vaqueiros e sua cultura de aboiar, tão rica, tão autenticamente brasileira, traço tão peculiar de nossa gente, com influência árabe, e que acaba criando mais uma fonte de riqueza da nossa cultura, nessa caldeira de povos do Brasil. Tudo isso feito a partir de um lugar que traz essa energia ancestral profunda, que é Itaparica. Aqui, encontramos os marisqueiros e marisqueiras, os pescadores e sambadores, caboclos e caboclas, África, heranças lusitanas e mar. Gente brasileira de raiz, onde toda a sonoridade dos cânticos vão se encontrar em nosso imaginário poético, e assim, criamos obras de arte como esta, como uma forma resistir e continuar perpetuando nossa riqueza maior, que é nossa gente e nossa gigante natureza.  

Campanha:

Faço essa campanha para que eu possa continuar me dedicando e servindo arte para pessoas e comunidades a que pertenço. Existe um custo e muita gente por trás de um projeto como esse, por mais simples que possa parecer, existe uma equipe de profissionais trabalhando para que tudo aconteça. Então, serviços de fotógrafa/videomaker (Nathália Miranda), acessoria técnica para edição de vídeo (Nelsinho Aguiar); custos de produção, dentre tantas outras ferramentas necessárias para se produzir um material como esse, tudo isso está incluido nesta campanha. Desse modo, peço a você o seu apoio, para que eu possa continuar de diversas maneiras atuando nesse universo de criação, podendo agregar o trabalho de outros profissionais, e assim, movimentar essa economia da criatividade. 

Lançamento e acesso exclusivo:

O clipe, ou videoarte, videoperformance, seja lá o que possa ser chamado, deverá ser liberado assim que a meta da campanha for alcançada. Portanto, sua contribuição será de imensa valia para que este trabalho seja disponibilizado gratuitamente. Caso a campanha não seja atingida na integra, avaliarei com cuidado os próximos passos do projeto. Mas vamo na fé! Desde ja agradeço! Contribua com consciência! Um beijo no coração! 

Dedicatória:

Este clipe é dedicado aos povos indígenas do Brasil, aos vaqueiros do sertão e aos marisqueiros e marisqueiras, pescadores, sambadores, caboclos e caboclas da Ilha de Itaparica.