Tratar dejetos dos barcos da Amazônia

Atualmente, as centenas de barcos que trafegam pelos rios da Amazônia, despejam diretamente seus dejetos (fezes e urina) na água, poluindo portos, praias e lagos. Essa matéria organica promove a proliferação de algas cianobactérias, que liberam substancias tóxicas para o homem e animais aquáticos. Além disso, o alto índice de doenças de veiculação hídrica, nas comunidades ribeirinhas deve-se ao consumo de água de lagos contaminados por organismos termotolerantes (ex. E. Coli).

A empresa KMAT, incubada no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia -INPA, criou o protótipo do sistema de tratamento de dejetos para esses barcos amazônicos que servem para transporte de pessoas e mercadorias, bem como, para viagens de pesquisa e turismo.

O sistema propõe a instalação de uma caixa coletora, com biodigestão por bactérias anaeróbias e um filtro de carvão ativado. Esse carvão é feito do resíduo do açaí, abundante na região e sem destinação adequada.

O sistema foi testado em uma viagem pelo rio Tapajós, durante 10 dias no mês de agosto de 2016, com 30 pessoas a bordo de um barco-motor. O resultado foi excelente, sem contaminações aparentes, sem odor e de fácil manutenção. Resta agora o aperfeiçoamento do agente filtrante e os testes bacteriológico e de mercado.  

Esse projeto vem sendo desenvolvido há dois anos, de forma independente. Preciso agora do apoio para concluir o processo que vai contribuir para reduzir a poluição dos rios e lagos da Amazônia, podendo se estender a outras bacias hidrográficas.

A água é nosso maior bem, vamos cuidar dele.