A Boca da Valeria é encantadora. Esta população de cerca de 100 famílias dá-lhe as boas-vindas para experimentar o seu humilde povoamento. É típica de centenas de aldeias espalhadas pela floresta tropical amazónica. A maioria das comunidades ribeirinhas cobiça o seu isolamento. Adoptaram alguns aspectos da cultura ocidental, tais como vestuário, electricidade e comunicações. No entanto, preferem viver vidas simples e sem perturbações, como os seus antepassados fizeram durante milhares de anos antes da chegada dos europeus no início do século XVI.

Situa-se a cerca de 850 milhas do oceano ao longo do baixo rio Amazonas. A aldeia situa-se no extremo leste do estado do Amazonas, na fronteira do estado do Pará. Todo o transporte é feito por barco. As pequenas embarcações são adequadas para a navegação local. Barcos fluviais como estes são utilizados para viajar para as cidades para comprar mantimentos. O mais próximo é Parintins, a cerca de 20 milhas de distância. As cidades maiores mais próximas são Santarém e Manaus.

Boca da Valeria Social trouxe para a comunidade os benefícios das intervenções de arte pública que pode ser visto na saúde, no desenvolvimento cognitivo e psicológico, e nos laços interpessoais.
Para a comunidade, a arte pública promove o desenvolvimento econômico, cultural e social. Mas estas mudanças, felizmente, não se limitam à teoria. O projeto convida todas as pessoas interessadas a fazer a sua arte nas cinco comunidades da região. Se antes a região de Valéria era conhecida apenas como uma comunidade rural no meio da floresta amazônica, sem acesso à educação artística, hoje em dia está a tornar-se uma referência e um exemplo incrível de como o movimento artístico pode transformar uma comunidade numa zona rural.

Freyzer é um artista brasileiro nativo da Boca da Valeria, onde prossegue o seu ofício em todo o tipo de suportes com áreas dedicadas à escultura, pintura e gravura.

Freyzer é considerado um dos artistas mais talentosos do Brasil, mais conhecido pelo seu retrato contemporâneo executado através de telas monumentais. Hoje, cada uma das obras do Freyzer oferece-nos um ponto de entrada na variedade e riqueza que está por baixo de cada rosto que encontramos na vida. A mistura de técnicas entre géneros é uma exibição da obra do Freyzer em múltiplos suportes, todos com sobreposições visíveis. As suas pinturas começam com linhas abstractas e faixas de cor que estabelecem uma base para a imagem subsequentemente sobreposta de um rosto ou busto - na maior parte dos casos, colocada pelo anonimato O seu trabalho está carregado de precedentes históricos e estéticos; claramente centrado no diálogo entre o abstracto figurativo e o abstracto expressivo. Freyzer traduz assim o seu próprio entendimento de identidade - desenho a partir de imagens no seu ambiente quotidiano. O que está por baixo de um rosto é infinitamente mais intrigante do que a sua superfície impassível pode sugerir. Freyzet especula sobre os enigmas, as identidades e as histórias por detrás das fachadas estóicas quotidianas das pessoas. . Freyzer convida o observador a contemplar os segredos que encobrem estes rostos ostensivamente impenetráveis.

Em 2013, Freyzer recebeu um convite para expor o seu trabalho em navios de cruzeiro na Europa e América do Sul. Desde que iniciou as suas exposições de arte, Freyzer visitou 84 países em todo o mundo e, em 2019, regressou à sua aldeia, onde está a construir um projecto hoteleiro, tudo com os seus próprios recursos, a partir da venda das suas obras de arte. Uma vez concluído, o projecto ajudará muitas famílias em toda a região.