Divulgue uma pesquisa muito louca pelo mundo!

A pesquisa

Prepare-se que aí vem o nome original da nossa pesquisa, em inglês: “Healthy crazy business! Entrepreneurship and Financial Education as a Basis for Health Promotion Among the Wacky”.

O foco da nossa pesquisa foram as aulas de educação financeira que aplicamos em associados do Ponto Benedito Calixto, todos portadores de transtornos mentais. Acreditamos que, tão importante quanto ter uma fonte de renda, é saber como gerir o dinheiro ganho, e sabemos que esse conhecimento ainda é escasso na sociedade, ainda mais crucial quando tratamos de pessoas à sua margem. Além disso, a inclusão econômica visada por empreendimentos solidários passa necessariamente por melhores práticas financeiras.

Assim, estudamos como os associados receberam e responderam às aulas dadas. Os resultados não poderiam ser mais satisfatórios: todos eles mostraram-se atenciosos e prestativos, oferecendo exemplos do dia-a-dia e enriquecendo as aulas. Muitos dos tópicos abordados já eram de seus conhecimentos, e outros eram aprofundados em níveis que não esperávamos. Vimos como o pré-conceito para com pessoas em condições similares é inadequado, e como a necessidade de luta diária por uma vida digna leva ao conhecimento, mesmo que informal. Precisamos levar essa ideia e debatê-la a nível internacional!

Os pesquisadores

Felipe Teixeira Genta Maragni, químico (!) e administrador em formação, Felipe participou do PESC, um projeto de extensão da FEAUSP que leva um pouco do conhecimento para a comunidade, em especial empreendimento do terceiro setor, as chamadas Organizações Não Governamentais. Foi pelo PESC que conheceu o Bar, e se apaixonou por empreendimentos solidários e por contabilidade (o que não gosta de admitir). Foi pelo Bar que conheceu Jony e Silvia, que eram da FEA também. Rolou a maior química. Desenvolveram essa pesquisa juntos que agora Felipe quer apresentar no Critical Management Studies Conference, em Liverpool. Jony quer ir junto. Conheça o Jony abaixo.

Jony Hsiao é formado em educação física (um excelente corredor, aliás) e em contabilidade, quando pesquisou sobre escolhas de carreira para entender porque as pessoas adoram contabilidade. Ainda não chegou a nenhuma conclusão. Hoje está concluindo sua graduação em enfermagem (!), fazendo residência em atenção primária em saúde coletiva pela faculdade de medicina da USP e tem se envolvido em projetos de saúde mental. Foi assim que conheceu a Ana Aranha, professora da Escola de Enfermagem, que é uma das idealizadoras e coordenadoras do Bar Bibitantã e do Ponto Benedito.

Natália Dinoá Duarte Cardoso de Brito, moradora do Rio, graduada e mestre em Contabilidade, doutoranda. Passeou pelo Brasil junto com a família. Estudou em Brasília, Rio, São Paulo. Pesquisa sobre o empreendedor individual e sua percepção de sucesso. Não gosta de admitir que prefere Sampa ao Rio, mas fazer o quê? A gente sabe disso e conta para vocês. Como ela gosta de viajar de lugar em lugar, quer fazer como Luisa e ir para o Canadá, apresentar a pesquisa na Critical Perspectives on Accounting Conference, em Quebec City.

Ana Luisa Aranha e Silva, professora de saúde mental na Escola de Enfermagem da USP, líder do Grupo Interdisciplinar de Estudos de Saúde Mental e Economia Solidária da USP é sócia-apoiadora do projeto de Extensão Universitária O Bar Bibitantã e do Ponto Benedito – Economia Solidária e Cultura. Tem certeza absoluta que o mundo será mais justo e solidário e que o amor vencerá o ódio pela via da Economia Solidária.

Anna Luiza Monteiro de Barros, psicóloga, psicanalista, atuando em serviços públicos de cuidado em saúde mental da secretaria municipal de saúde de São Paulo.  É mestre em Ciências da saúde com o tema do cuidado em liberdade.  Participa do Grupo Interdisciplinar de Saúde Mental e Economia Solidária da USP.  É sócia do Empreendimento Econômico Solidário O Bar Bibitantå e do Ponto Benedito – Economia Solidária e Cultura.  Admiradora recente da Contabilidade como prática social.  Acredita em um mundo onde todos possam conviver do jeito que são!

Silvia Casa Nova, administradora pública com mestrado e doutorado em contabilidade. Professora, mãe, mulher e feminista, não necessariamente nessa ordem. Fundadora e coordenadora do Generas – Grupo de Pesquisa em Gênero, Raça e Sexualidade da FEAUSP, um grupo autogerido, que junta pesquisa e ativismo. Conheceu as Anas e O Bar pelo Jony e se apaixonou pelo projeto. Entende contabilidade como uma prática social contextualizada voltada a construir uma sociedade mais justa, que entenda as múltiplas significações de valores, para além dos valores monetários ou mobiliários.

A nossa pesquisa conta também com o apoio do Grupo Interdisciplinar de Estudos de Saúde Mental e Economia Solidária.