Cotidianamente, a periferia sofre uma série de violências estruturais e ausência do Estado, a não garantia do direito à saúde mental é mais uma delas. Por isso, iniciativa que promovam o bem estar mental e emocional de pessoas que se encontram nesse estado, tais como mulheres vulneráveis que convivem e são vítimas de violência doméstica, pessoas endividadas e desempregadas que estão com sua saúde mental afetadas, crianças desamparadas e mal cuidadas que estão com sua saúde psicológica comprometida, e tantos outros transtornos que afetam a população socioeconômica mais vulnerável.
Pessoas que moram em periferias sofrem em vários âmbitos, por exemplo, o transporte lotado, ambientes públicos precários, entre outras situações que mexem com a sanidade das pessoas, todos os dias.
No Brasil, uma pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde
no final de 2020, detectou ansiedade em 86,5% dos indivíduos pesquisados, transtorno de estresse pós-traumático em 45,5% e depressão grave em 16% dos participantes do estudo.
Sim, 86,5 % dos pesquisados em 2020 relataram sintomas de ansiedade e 45,5% estavam vivenciando estresse pós-traumático.
Pesquisa do Ibope inteligência de 2020 mostrou que dobraram os casos de ansiedade em mulheres em vários estados, apontando que as mulheres ficaram mais ansiosas boa parte do tempo durante a pandemia. Houve também um aumento no uso de medicamentos tarjados e naturais de 38% e 29%, respectivamente.
Aí é que entra o atendimento psicanalítico, que é o conjunto sistemático de procedimentos por meio da utilização de métodos e técnicas psicanalíticas, bem como programas educacionais de ordem psicoterápica que auxiliem essas pessoas a exercerem sua prática de saúde mental/emocional, bem como o fortalecimento da cidadania, através de uma rede de apoio.
Se resume em um serviço que corresponde à diferentes áreas de atuação da psicanálise com o objetivo de avaliar, orientar, educar e/ou intervir em processos individuais e grupais, que inclui a psicoterapia de grupo e pessoal, bem como palestras voltadas a conscientização e prática da saúde mental/emocional no âmbito pessoal e social.
Apesar da OMS apontar que não existe uma definição oficial sobre o problema, a saúde mental é considerada a todas as formas como a pessoa reage à diversas situações da vida.
Exigências, desafios, problemas, mudanças, momentos felizes e nem tão bons. Emoções que vivenciamos todos os dias, ao acordar e ao se deitar. Sentimentos que, de alguma forma despertam reações emocionais que impactam nossas vidas e a maneira como agimos e como pensamos.
Saúde mental é equacionar bem essas emoções. É estar bem consigo mesmo e com os outros, aceitando e entendendo o que a vida nos apresenta.
É considerado um nível de qualidade de vida cognitiva ou emocional, que define o nosso bem-estar social, emocional e psicológico. A forma como lidamos com esses fatores é que será determinante para manter ou não a qualidade da nossa saúde mental. Seja em casa, em família, com amigos ou no trabalho, as adversidades existem e podem ser superadas.
Mas se não conseguirmos lidar com elas positivamente, isso pode gerar um desequilíbrio emocional, ocasionando uma série de transtornos emocionais e até doenças mentais.
Os desafios são grandes, em especial em relação à assistência que ainda é deficitária. Problema que compromete a reabilitação do paciente, em especial em instituições públicas.
A falta de uma política séria e programas eficientes são os maiores desafios a serem ultrapassados. Aliado a isso, o preconceito ainda é outro grande entrave. Muitas pessoas simplesmente são chamadas de loucas e afastadas do convívio social.
Por outro lado, a pessoa doente se sente envergonhada ou tem medo de buscar ajuda psicológica. Desinformação, falta de programas educativos preventivos e falta de conhecimento sobre a realidade do problema completam o quadro.
O Ministério da Saúde reconhece o agravamento da situação, em especial, pelo aumento no número de doenças psicossomáticas e suicídios.
Praticamente 20% dos brasileiros têm, teve ou terá algum distúrbio emocional, como ansiedade, depressão ou síndrome do pânico. Por outro lado, o declínio no número de leitos para internação só vem caindo nos últimos anos.