Pois uma verdade da experiência, para a análise, é que a questão de sua existência coloca-se para o sujeito, não sob a feição da angústia que ela suscita no nível do eu, e que é apenas um elemento de seu cortejo, mas como uma pergunta articulada: " Que sou eu nisso?" , concernente a seu sexo e sua contingência no ser, isto é, a ele ser homem ou mulher, por um lado, e por outro, ao fato que poderia não sê-lo, os dois conjugando seu mistério e enlaçando-o aos símbolos da procriação e da morte. Que a questão de sua existência inunde o sujeito, suporte-o, invada-o ou até o dilacere por completo, é o que testemunham ao analista as tensões, as suspensões e as fantasias com que ele depara; mas resta ainda dizer que é sob a forma de elementos do discurso particular que essa questão no Outro se articula. Pois é por esses fenômenos se ordenarem nas figuras desse discurso que eles têm fixidez de sintomas, que são legíveis e se resolvem ao serem decifrados.