Problemática do Projeto Honorato 2.0
Os acidentes ofídicos são um grande problema para saúde pública devido à frequência e aos danos causados, podendo inclusive levar a óbito. A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera os acidentes ofídicos uma doença negligenciada, isto é, doenças que ocorrem com mais frequência em regiões onde a maior parte da população é de baixa renda, e contribuem para a manutenção da desigualdade social. São cerca de 5,4 milhões de vítimas de acidentes ofídicos com uma estimativa de entre 81 mil e 138 mil casos de óbitos todos os anos.
No Brasil em 2020 foram registrados nos sistemas oficiais do Ministério da Saúde cerca de 30.000 acidentes com serpentes, sendo as jararacas responsáveis por 70% desses acidentes. O veneno das jararacas é uma substância muito complexa que causa diversos danos à saúde da vítima, dentre esses danos temos a necrose do tecido lesionado (morte da célula dos tecidos) e também a hemorragia (perda de sangue em grande quantidade), sendo assim, quando não há mortes por conta de sua peçonha, esta pode gerar danos permanentes como perda de membros (como dedos, braços e pernas), afetando significativamente a qualidade de vida da vítima.
O tratamento atual é feito através do soro antiofídico que tem como função neutralizar o veneno, a produção é realizada através do uso de animais de grande porte, principalmente cavalos. Para a produção, primeiramente é feita a extração de veneno da serpente e é aplicado no animal, posteriormente o plasma sanguíneo (parte líquida do sangue) é coletado, e através de um processo industrial o soro estará pronto. Buscando um tratamento de maior eficácia e sem uso de animais, apresentamos o projeto Honorato.

O Projeto Honorato 2.0
Buscando uma remediação para os problemas advindos dos acidentes ofídicos, o Projeto Honorato tem como enfoque a produção de inibidores para os efeitos do veneno das jararacas, responsáveis pela grande maioria dos ofidismos. Para isso, o Honorato foi dividido em duas frentes de atuação: a primeira, em 2021, pelas implicações de necrose; e a segunda, em 2022, pela hemorragia consequente.
Enquanto o Projeto Honorato 2021 possuiu como objetivo a produção, por meio da biologia sintética, de um inibidor contra a enzima (Fosfolipase A2) causadora da mionecrose, ou seja, da necrose muscular nas vítimas acometidas pela picada dessas serpentes; o Projeto Honorato 2.0, de 2022, busca a síntese do inibidor contra a jararagina, enzima que provoca a hemorragia interna em quem está acidentado.
O estudo da síntese desses inibidores partiu da investigação do comportamento das serpentes quando em contato com o seu próprio veneno, concluindo na existência desses mecanismos de defesa contra as enzimas citadas. Assim, o projeto se propõe a reproduzir esses componentes através da síntese biológica , ao passo que a produção desses inibidores se apresenta como uma solução ao atendimento de comunidades distantes. Portanto, a utilização dessa alternativa seria ideal até que se tenha acesso ao soro antiofídico.

Custos
Existem muitos custos referentes ao iGEM e os valores das taxas de inscrição somados podem chegar a um total de US$ 10.000 (cerca de R$ 50.000). Além desse valor, ainda temos que arcar com as despesas referentes à viagem para a França em si, que somam cerca de R$ 20.000.
Mas mesmo assim, com qualquer valor você pode estar ajudando imensamente o nosso projeto e contribuindo com a divulgação científica brasileira internacionalmente. Agradacemos a todos os que se interessaram e pedimos contribuições para tornar esse projeto possível <3.
