Do veneno à permacultura

Situados em plena área de preservação ambiental, na APA do Passaúna, no município de Campo Magro, a apenas quatro quilômetros de Curitiba, vastos terrenos são utilizados, há décadas, para monocultivo de milho e soja com uso de agrotóxicos, sendo esta a cultura dos descendentes de poloneses que habitaram inicialmente a região, conhecidos originalmente pelo cultivo de batatas.

A biodiversidade de flora e fauna local é rica e deve ser preservada, sendo a região um corredor verde que possibilita a manutenção da vida silvestre e nativa, coligada com os municípios de Bateias e Campo Largo, além de ser um santuário de minas naturais de águas cristalinas que conta também com diversos rios.

A agricultura convencional, destrutiva com sua visão reducionista, ignora a presença de tudo o que não traga lucro, o que resulta na degradação e contaminação. A cada aplicação de insumos agrícolas a população de abelhas e demais seres pertencentes ao ambiente diminuem, causando desequilíbrios em todos os níveis, desde a redução da produção de frutos à mortandade de animais.

Com o avanço do olhar empreendedor e urbano, essas grandes áreas estão sendo loteadas em pequenos terrenos e sendo transformados em empreendimentos imobiliários, que infelizmente possuem apoio dos órgãos responsáveis por cumprir as leis de preservação, fazendo o oposto de sua função – liberando alvarás de corte das áreas ainda preservadas e de manejo de áreas que deveriam ter a única finalidade de serem reflorestadas a fim de reconstituir o que, originalmente, era.

Nesse contexto, áreas que obrigatoriamente deveriam receber atividades de recomposição e recuperação da biodiversidade, serão usadas para construção de condomínios habitacionais, transformando a realidade rural em novas cidades, onde não há estrutura mínima para receber os resultantes dessas aglomerações humanas e seus impactos conhecidos, além de impossibilitar a manutenção da vida silvestre, levando as espécies a sua extinção pela inexistência de espaços aptos a seu desenvolvimento.

Oportunidades e novas possibilidades

Compreendendo a necessidade de agir na contramão dos interesses políticos, antagônicos ao desenvolvimento sustentável, projetamos a sustentação de propósitos em concordância com a manutenção e continuidade da vida de todos os seres que aqui habitam, preservando o que há de mais valoroso: os recursos naturais, incluindo nascentes de água e rios e o desenvolvimento humano baseado nas virtudes a serem desenvolvidas para um porvir melhor e mais harmônico a todos.

Estão à venda cinco terrenos loteados e devidamente documentados, totalizando 3 alqueires, localizados no Bairro Bom Pastor de Campo Magro, no valor inicial de R$ 100,00/mt. São áreas de plantio, sendo que uma pequena parte é de mata preservada, sendo possível realizar a estruturação de pequenas habitações com o propósito de moradia ou pesquisa

Com acesso aos terrenos é possível iniciar o processo de REGENERAÇÃO DAS ÁREAS E DO SOLO, a partir das técnicas permaculturais integradas ao plantio e manejo agroecológico para a futura implementação de AGROFLORESTA, devolvendo ao ambiente natural o seu equilíbrio original, a partir da preservação da vida e consequente compartilhamento da abundância gerada no sistema de cultivo orgânico, sendo ponto de apoio de desenvolvimento pessoal, trabalho e alimento para as comunidades locais com famílias em situação de risco, assim como o atendimento a escolas locais, com projeto SAÚDE NO PRATO, levando alimento orgânico para o meio escolar.

Através do sistema de cultivo permacultural é possível envolver a comunidade em cursos de capacitação em diversas áreas de atuação, incluindo o beneficiamento dos alimentos, destilação de óleos essenciais, uso de fibras têxteis, cestarias, tingimento natural e impressão botânica, arte natural entre tantas outras diversas possibilidades que existem disponíveis a serem desenvolvidas através das agroflorestas, trazendo dignidade e abundância e saúde para todos.

Acreditamos no poder da cooperação, atendendo o chamado para o coletivo, para o aprendizado da vida comunitária e para criação de novas formas justas de economia, que juntos, tornar-se-á possível.