INTER 1975: O TIME QUE ILUMINOU O PAÍS (edição limitada com 1.975 exemplares numerados)

O Internacional de 1975 pelo Professor Rubens Minelli:
"Em 1975, depois de um ano de trabalho, nós modificamos a maneira de jogar e, também, os jogadores. O Internacional jogava de um jeito diferente daquilo que era apregoado pela imprensa: um 4-3-3. Nós jogávamos com o Manga no gol e com dois zagueiros de área, o Hermínio e o Figueroa. Um dos dois voltava para marcar, ficando como líbero (normalmente, o Hermínio) e o outro (na maioria das vezes, o Figueroa) saía na caça, dependendo da posição que jogava o atacante. Nós tínhamos apenas o Caçapava na frente da zaga e eu usava dois meias, que eram o Paulo César Carpegiani e o Falcão, indo e voltando, compondo o ataque e a defesa. Um ponta-direita, que era o Valdomiro, bem aberto; o Flávio Minuano de centroavante, muito usado para fazer parede e principalmente para a conclusão; e um ponta-esquerda, o Lula, que era um jogador excepcional. Os meus dois laterais eram o Cláudio Duarte, que apoiava muito em diagonal, em direção ao gol adversário quando estava atacando; e o Vacaria, que aproveitava a entrada do Lula para dentro do campo como um meia, e fazia o papel de ponta-esquerda, cruzando as bolas. Ele era um atacante de origem que foi transformado em lateral-esquerdo. O time, quando atacava, ia com cinco jogadores, sempre com o assessoramento dos dois laterais. E quando o time defendia, eu invertia a posição. Eu colocava o Carpegiani para marcar o volante contrário e trazia o Falcão, juntamente com o Caçapava, para ficar com dois cabeças de área para defender e anular os dois meias contrários. Na hora que eu atacava, meu time tinha um volante e dois meias. E quando eu defendia, tinha dois volantes e um meia. Eu invertia o triângulo. Ao atacar, a base do meu triângulo apontava para o goleiro adversário. Ao defender, a base apontava para o meu goleiro.

Tenho que ressaltar a figura do Escurinho, que era um jogador que entrava em todas as partidas nos últimos 30 minutos. Nós tínhamos jogadas ensaiadas. Quando ele entrava, ocupava o lugar de um dos jogadores de meio de campo. Na maioria das vezes, substituía o Caçapava. Também podia substituir o Carpegiani. Ele jogava como um atacante e nós invertíamos a posição do Lula. Trazíamos o Lula para dentro da área; o Vacaria, do lado esquerdo, cruzava a bola no segundo pau; e o Escurinho, ou fazia o gol ou preparava o gol (a bola) para o centroavante e os meias, que vinham de trás."
Livro Professor Rubens Minelli - A saga do técnico tricampeão Brasileiro (editora Onze Cultural)

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