Superação, Foco e Motivação
Sempre gostei de desafios que envolvessem o esporte aliado a Superação, por isto quero realizar mais um sonho esportivo.
O primeiro passo do planejamento deste desafio é reservar uma boa data com um barqueiro credenciamento pela Channel Swimming Association.
O ideal é ser sempre o Slot 1, ou seja, o primeiro a nadar na janela do mês.
Esta travessia só ocorre nos meses do verão europeu, período onde existem condições mínimas possíveis de temperatura do mar para o nado. Os meses escolhidos foram Julho e Agosto por ter águas na casa dos 17ºC.
Para o Leme ao Pontal, tive que treinar muito o psicológico para nadar a noite e também durante longas horas, parando apenas para se alimentar de 30 em 30min.
Na prática este plano deu certo, mas não contava com uma forte correnteza durante 2 horas e com tanta água viva.
Essas experiências foram muito importantes para o Canal da Mancha, pois têm várias características em comum, inclusive seguem a mesma regra. Porém agora o novo desafio terá correntes ainda mais fortes, temperatura da água muito fria e muita ondulação, além de um tráfego imenso de grandes navios.
Para isto o plano de treinamento terá duas diretrizes básicas:
A primeira será fazer o corpo se acostumar com águas muito frias em torno de 15º C. Essas condições serão possíveis em treinos a serem feitos em piscinas, lagos e praias do Estado do Rio de Janeiro e São Paulo.
A segunda será fazer treinos fortes com simulação de correnteza, para ganho de técnica, e força física e psicológica para superá-las.
O nadador precisará completar seis horas de nado em água fria a 15ºC ou menos, e ser certificado pela Channel Swimming Association antes da data da travessia como pré-requisito de aprovação da sua inscrição para o nado Solo.
Algumas regras importantes:
O nadador não poderá encostar-se ao barco durante toda a travessia;
Não pode usar roupa de neoprene para proteção térmica e ganho de flutuação. Pode nadar só de sunga mesmo e passar uma graxa conhecida como Channel Grease (Mistura de Lanolina com vaselina).
A meta deste projeto será concluir a travessia, que consiste em um Braço de mar que une o Mar do Norte ao Oceano Atlântico, saindo da Inglaterra e chegando na França. Estima-se de 11h a 13h de natação a um ritmo de 3,5 km/h com um ciclo de 65 braçadas por minuto.
Porque atravessar o canal da Mancha?
Sem exagero, pode-se dizer que seria a realização de um sonho de pura Superação.
Provar para si próprio... que Sim é Possível.
Ser capaz de... Seria algo fantástico, sem valor mensurável, uma riqueza expressa em forma de emoções e conhecimentos práticos, que sem dúvidas trará benefícios para a saúde e a mente, além de agregar valor para o trabalho, para a família, para o esporte e para a vida como um todo.
No túnel do tempo, se voltasse há dez anos, e fosse perguntado sobre a possibilidade de atravessar o Canal da Mancha a nado. A primeira resposta seria: Você está maluco? Isso é coisa para Super-Homem usando todos os seus poderes mágicos.
A quebra deste paradigma, mostrando que pessoas normais bem treinadas também conseguem realizar esse feito é altamente Motivante e Encantadora.
Foco e Superação, conduz-se ao tão almejado termo em latim “Volle Est Posse”, traduzindo para o português, “Querer é Poder”.
“A minha estória foi assim no Leme ao Pontal, e também será assim no Canal da Mancha, English Channel, ou La Manche, enfim em qualquer idioma”.
- Ponto de partida – Dover na Inglaterra; Ponto de Chegada - Calais França
- A parte mais estreita do Canal da Mancha tem em torno de 33 km em linha reta.
- Já a distância nadada varia muito podendo a chegar a mais de 40 km. Depende diretamente da qualidade do nadador e das condições climáticas.
- Quanto mais rápido o nadador, menor a distância nadada, pois o canal possui correntes laterais que invertem-se a cada 6 horas, obrigando o nadador a fazer um zigue-zague.
- Outro fator determinante é a intensidade das correntes no dia da prova, quanto mais fortes estiverem maiores serão as dificuldades.
- O que torna o canal um super desafio não é a distância nem o tempo de nado, e sim a água fria e a instabilidade do clima.
- As travessias podem ser solo ou em revezamento, e ocorrem entre os meses de junho a setembro. Neste período de verão europeu, a temperatura da água do mar varia de 11ºC a 17ºC.
- Não se pode garantir, que não existem tubarões agressivos na região deste Canal, porém não há registros estatísticos de incidentes. Regiões de maior incidência de ataques a humanos deste predador são em águas quentes.
1.2Estatística da Travessia
- Quando se fala em atravessar o Canal da Mancha a nado, a maioria das pessoas fica espantada, e logo quer saber o tempo de natação que se leva.
- De acordo com os registros da Channel Swimming Association (CSA), entidade que regulamenta e gerencia esta travessia, percebe-se que na média os nadadores atravessaram o canal entre 11 e 12 horas. Mas existem registros de nado entre 7 e 26 horas para completar essa travessia.
- O primeiro nadador a atravessar o Canal da Mancha foi o capitão inglês Matthew Webb em 1875.
- Desde então apenas 10% das tentativas de travessias são bem sucedidas, número que demostra o alto grau de dificuldade, e de necessidade de uma excelente preparação do nadador para fazê-lo.
- Entre 1875 até o 2017, registrou-se através da CSA, 1480 nados Solo e 746 revezamentos.
- Marcio Santos Junqueira, Ultramaratonista Aquático, teve como seu principal Marco Esportivo, a conclusão do Desafio SOLO a nado do “Leme ao Pontal” de 36km, em Janeiro de 2018, com o tempo de 11h 49min.
Sendo a maior dificuldade no início da Barra da Tijuca, quando existia uma correnteza de alta intensidade. Duas horas, nadando sem sair do lugar. A partir da aí, muitas águas vivas, com várias queimadas em diversas partes do corpo.
- Décimo primeiro nadador a concluir a Travessia do Leme ao Pontal, registro LPSA#11
- Registros Internacionais da Travessia “Leme ao Pontal” na Openwaterpedia e Open Water Swimming
– Iniciou em Ultramaratonas na 14Bis em 2016, evento com 24km de natação, no Canal de Bertioga a Santos SP, com a quinta colocação.
Em 2017 e 2018, na sua segunda e terceira participações, já evoluiu para o bronze.
Na segunda prova, em 2017, o atleta passou pelo seu primeiro teste psicológico de Superação, quando teve que concluí-la sem o apoio do caiaqueiro contratado para a Hidratação.
- Vice-campeão na III Ultramaratona (20 km) da Volta na Ilha do Mel - PR em Março de 2017. E campeão em 2018
- Hexacampeão estadual de Maratonas Aquáticas.
- Vice-campeão da Copa Brasil de Maratonas Aquáticas (2017).
- Tricampeão do Rei e Rainha do Mar (2016 a 2017).
- Três participações em Mundiais Master Industrial de natação em Piscina
Bulgária 2013 com 5 medalhas
Itália 2015 com 6 medalhas
Letônia 2017 com 11 medalhas
- Márcio tem hoje 47 anos, e aprendeu a nadar aos 7 anos.
Quando criança nunca foi nadador, e optou pelo basquete, esporte que o acompanhou até os 24 anos.
Em 2007, após uma cirurgia de hérnia de disco, retomou a natação por recomendação médica, como parte de
reabilitação. E a partir daí não parou mais.
No decorrer dos anos foi melhorando a técnica do nado e a resistência física, e os resultados foram aparecendo.
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