No dia 27 de Novembro, completará 8 anos que adotei o Tito, meu cachorrinho vira-lata. Portanto, 8 anos que entrei no sub-mundo da Proteção Animal.
Sub-mundo eu digo, porque parece até hoje um mundo a parte, que a maioria das pessoas não enxerga. Que é tão difícil, tão sofrido, onde vemos o pior lado do ser humano. Descaso, maus-tratos e abandono.
O texto aqui será longo. Se você tiver preguiça nem comece. Por no final eu vou pedir ajuda de dinheiro. Agora se você acredita no meu nome, na minha credibilidade, pode continuar.
Através do Tito, conheci protetoras e vi a vida que elas levavam. Achei o máximo encontrar pessoas que se doavam tanto para animais que nem eram delas. Vim de uma família em que ok.. um ou outro tem animal, mas nada "bicho na veia e o resto na cadeia" como eu.
No segundo mês de adoção, já estava sendo voluntário em feiras de adoção e nas castrações. Fui indicado para participar da Ong AMAR, hoje desativada, onde atuávamos nas favelas realizando mutirões de castração e atendendo à população carente. Na época eu gostava bastante, mas sentia uma certa vergonha de estar ali pelos animais, vendo tanta gente precisando de amparo sabe?
Foram mais uns 2 anos de ativismo nas castrações, resgatando um ou outro cachorro, mas foi em 2012 que eu despertei para os gatos. Como eu digo sempre, vi que se ruim era a situação dos cães, muito pior era a dos gatos. Estes que estão em maior quantidade na sua população errante, alvos mais fáceis de maldade e com menos protetores zelando por eles.
Em Florianópolis haviam 2 protetoras conhecidas como gateiras, mas que só lidavam com a adoção. E assim eu segui, neste exemplo que me ensinaram. Resgatava, tratava, castrava e doava. Testando para FIV-FELV, vacinando, doando para lugares telados e SEMPRE levando até o adotante, não importasse seu endereço.
Cheguei num esgotamento ao ver que o tempo passava e a cada ano, o problema não parecia diminuir. Tinha torrado a minha poupança com gatos de rua e não tinha mais de onde tirar dinheiro. Percebi que de nada adiantava me empenhar tanto nisso, se na minha própria rua havia gatos reproduzindo. Muitos deles com donos, mas com livre acesso à rua.
Foi numa conversa com a Carmela Bergamini, que me falou sobre o método CED (capturar, esterilizar, devolver) e disse que havia chegado num ponto, que eu precisava criar um nome, tipo uma Ong. Que assim eu conseguiria continuar nesse trabalho voluntário, pois teria mais visibilidade.
Criamos o Castre um Bigodinho em 2014. Castre, verbo imperativo, indica que o outro faça a ação.Enfatizando a castração ANTES da adoção. Coisa que na época era difícil de se ver, pois o modelo até então era de ABRIGO, de RECOLHIMENTO de animais. Livrando assim, a responsabilidade das pessoas. Pois afinal, a ONG faz, a ONG resolve.
O Castre veio para quebrar essa ideia. O foco sempre foi em ensinar como pessoas comuns podem resolver problemas com animais de rua. O que fazer quando encontrar um filhote ou gato adulto, como prosseguir na castração e doação deste animal. Como lidar com colônias e pontos de abandono.
Tenho em registro fotográfico, 753 castrações em gatos. Mas posso te dizer que foram cerca de 900 cirurgias feitas. Acontece que essa ideia de tirar fotos chegou tarde rsrs.
Através de eventos, venda de produtos e campanhas, todas essas cirurgias foram pagas. Nunca utilizei o serviço gratuito da prefeitura, porque para o meu caso não serviria. Precisava de um veterinário ágil, sem burocracia, com técnica minimamente invasiva, que castrasse filhotes e gatos ferais. Ou seja, foram todas pelo particular.
Atuei em pontos de abandono e castrei os gatos de toda vizinhança. Literalmente comi o pão que o diabo amassou, pois cheguei a ter 40 gatos (contando filhotinhos recém-nascidos e adultos) num apartamento. Mesmo nesse empenho gigantesco, choveram críticas, mas tempos depois o meu jeito de fazer tornou-se referência. Ou, uma maneira diferente de se obter bons resultados.
Participei de entrevistas ao vivo na televisão, fizeram uma matéria no Jornal do Almoço (Jornal do Almoço em Floripa está como o Jornal Hoje para SP), saí no jornal impresso, recebi um reconhecimento da prefeitura e palestrei em dois eventos: Segundo Encontro Nacional de CED e Primeiro Encontro Paulista de Bem-Estar Felino. Hoje eu não resgato mais. Foco em gerar conteúdo e dar assistência para outros protetores.
Porque estou falando isso tudo? Porque quero otimizar. Nos outros anos me matei para produzir e vender calendários, que através dessas vendas pudemos bancar muitas cirurgias. Nós ainda precisamos desse dinheiro para financiar as castrações, mas queremos de um jeito de funcione melhor.
Acabo de criar uma campanha no Kickante, um financiamento coletivo pela internet que aceita doações em diferentes valores. Ao invés de ficar indo mil vezes ao correio, quero focar essa energia na arrecadação de dinheiro, de maneira mais prática e mais eficiente, para bancarmos mutirões em lugares que estejam precisando. Assim como fizemos em 2016, um mutirão em Videira - SC, onde 45 gatos foram castrados.
Se eu conseguir receber só R$10 dos meus 2.280 amigos no face, ou 86.341 curtidores na página, conseguirei pagar MUITAS castrações.Porque não adianta, entra ano e sai ano, só o que nos resta é castrar muito. As adoções estão cada vez mais fracas e existem muitas cidades que sequer tem auxílio veterinário.
ME AJUDE NESSA CAMPANHA. Preciso de gente compromissada e que vista a camisa de divulgar SEMPRE esse link. Parece surreal o que estou propondo, mas é SUPER possível. Basta querer de verdade. Posso contar com você?
