A ideia desta campanha é ajudar a Revistaria a continuar fazendo publicações artesanais que visam difundir, de forma independente, a literatura e a arte contemporânea. Foi com esse propósito que lançamos neste ano a revista Anturragem — que cada u_ resista como puder (edição esgotada), feita em parceria com o escritor e arquivista Jorge Bucksdricker. A publicação contou com a presença de mais de 40 artistas que participaram com 38 peças de diferentes tipos.
Em dezembro e em janeiro, serão lançados dois livros pela editora, um deles será o segundo livro da escritora e performer Vivianne Moureau, Isto não é um transe. A ser publicado em 4 idiomas (português, espanhol, francês e inglês), o livro conta com a colaboração dos tradutores e revisores Márcio Campos, Eleonora Frenkel Barretto, Laura Yael Nagelberg e João Paulo Zarelli Rocha. Também os próprios editores, Caio Vinícius Silva, Renato Coffy e Vivianne Moureau traduzem e revisam). O outro lançamento será o livro de poemas que entornam a cidade, a Trilogia Pé do Morro, do escritor, poeta e dramaturgo catarinense Luan Marques Joaquim.
Paralelamente a esses projetos, a Revistaria ainda presta diversos serviços editoriais para os quais a impressora tem importância fundamental, por exemplo a organização, o planejamento e a diagramação de livros como Girassóis&Burakosnegros, da escritora de ficção científica Cátia Cernov, que será lançado em breve.
Também estamos recebendo textos para a 1ª edição do Zagaia — Jornal Literário, que será lançado no próximo ano e distribuído de forma gratuita.
Os projetos da Revistaria não contam com auxílio de editais ou de empresas privadas. Contam apenas com o bom e delicioso risco da aventura e com as pessoas absurdas que encaram os nossos processos editoriais abertos, pulam no barco aqui na casa donaflor, e contribuem para a reinvenção de toda a forma de se fazer livro e poesia.
O valor arrecadado será para o pagamento da já comprada (pero no pagada) nova impressora. Nós nos endividamos para comprá-la para podermos dar continuidade aos trabalhos que já estavam fechados e que já têm até datas de lançamentos previstos para a primeira quinzena de dezembro e para o começo de 2023. Nós tínhamos uma impressora, não somos pessoas tão loucas assim, mas ela cansou, desistiu, seguiu seu caminho. Sigamos os nossos!
A Revistaria começou feito sonho que não se sonha só. Sonho de 3 pessoas, sonho da Vivianne, do Caio e do Renato. Primeiro veio a casa Dona Flor, e nela foi estiletada a revista Anturragem — que cada u_ resista como puder, junto com o Jorge. Tudo isso vontade de se atirar no que é tirado de nós, vontade de ultrapassar o permitido e vontade de saber, de conhecer o que está rolando hoje na literatura e em seu campo expandido. A Revistaria ainda é sonho, porque ainda se vincula a projetos digamos assim, quase impossíveis. A ideia é que não deixe de ser onírico. Isso o grupo já experimentarou muito com os jogos surrealistas que curte fazer pra passar o tempo, ou melhor, pra sair desse tempo, pra achar aquela fenda poética. Falando nisso, está pra sair o Zagaia — Jornal Literário independente, é só mandar um texto para a equipe. Será distribuído de forma gratuita. Sabe por quê? Porque são pessoas insanas... rs
Mas voltando e tentando entender a revistaria. Bom, essa paixão que o trio tem pelos livros, palavras, letras, música e pela quebra, compõe muito o cenário da Revistaria, uma editora independente que pensa muito seus processos editoriais no “work in progess”, ou seja, se seu livro não está pronto, melhor ainda, é só chegar que a coisa começa a maturar, a ferver, a germinar. Se você não sabe o que tá rolando na tua escrita, chega mais, pode ser que seja algo muito bom que está começando. Mas se vc tem tudo feitinho e pronto, talvez precise de uma loucura, mesmo, na hora do projeto gráfico, na hora de materializar a coisa, coisa que o grupo adora. Não importa o que tá rolando e nem em que pé está, é só chegar.
A Vivianne já tá há algum tempo nisso de publicar. Lançou seu primeiro livro, de forma independente e artesanal, na Semana de Letras da UFSC, coisa estranha até então para um evento deste tipo, evento de dotô com livro de editora. A Malvina já conta com 5 tiragens. E toda vez que é feita, não sobra uma. É um livro pesado e delicado. Tudo feito assim, na loucura. Mas também com técnica e dedicação, e justamente para a publicação de Malvina, Vivianne dedicou-se ao aprendizado intensivo da encadernação artesanal. A escritora é também cientista social (UEL) e hoje ainda se dedica às Letras, estuda poesia concreta, surrealismo, processos editoriais, tradução, voz, performance e Artaud. Também já ministrou oficinas de escrita criativa, leitura em voz alta e encadernação. É performer, e talvez você já tenha visto um de seus gritos por aí. Se não, se liga, porque tá pra sair seu último livro, num lançamento que vai contar com performance e paisagem sonora.
Caio Vinícius Silva é encantado pelas letras desde a infância, que foi quando começou o estudo das línguas inglesa e espanhola. Apaixonado pela Literatura e pela língua latina, iniciou seus estudos na UFSC, onde conheceu Vivianne e Renato. Desde então, Caio tem se dedicado aos estudos de Literatura e de Tradução. Para o ano de 2023 há previsão da publicação de sua primeira tradução, feita em conjunto com a Professora e Taradutora Eleonora Frenkel Barretto. O livro traduzido, ainda inédito, é Color de Hormiga, do filósofo chileno Rodrigo Naranjo. No campo expandido da literatura, Caio trabalha com montagem e projeção de vídeos com textos seus e de outras pessoas escritoras. Também está prevista a publicação de seu livro de poemas e traduções, aguardem!
Renato Coffy é uma pessoa que viveria facilmente em uma biblioteca. Formado em Letras, vive realmente no mundo dos livros. Toda vez que sai, ele acha algum livro e traz pra casa. Não sei se é possível vê-lo caminhar por aí sem um livro. É aquela pessoa que conhece cada edição de cada livro preferido. Acompanha as revistas literárias brasileiras e argentinas.
São essas pessoas que gostam de receber as pessoas que escrevem e fazer as palavras acontecerem com toda a materialidade possível.
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