"Apoie a Cultura Popular: Vaquinha para a Festa de Santa Cruz"

Coletivo Sarabaquê  criou esta campanha, pois tem a convicção de que as Festas de Santa Cruz são mais do que eventos; são celebrações que tecem a história de nossa comunidade. Nosso objetivo é criar uma ponte entre gerações, trazendo à Aldeia de Carapicuíba um público diversificado, especialmente estudantes e pesquisadores da cultura popular tradicional. Para tanto, precisamos divulgar e criar materiais de divulgação, a vaquinha online nos ajudará a alcançar o noss objetivo que é transformar a nossa festa em um espaço de aprendizado, troca de conhecimento e celebração autêntica. Com a sua contribuição faremos uma programação Cultural rica,  vibrante, com atrações que enaltecem a tradição da Festa de Santa Cruz, desde manifestações artísticas até apresentações de grupos folclóricos locais. A Aldeia nestas datas deverá se transformar em  um ambiente acolhedor para estudantes e pesquisadores interessados em explorar e aprender mais sobre nossa rica cultura popular. com o seu apoio criaremos nos espaços culturais do local facilidades para recepcionar e para apresentações  de trabalhos, mesas redondas e debates enriquecedores. Pretendemos proporcionar experiências imersivas, como oficinas de danças tradicionais, rodas de viola e vivências que conectem os participantes de maneira única com nossas tradições.

De maneira bastante sucinta contextualizarei o porquê de criarmos uma Associação na Aldeia de Carapicuíba. Para tanto, a história da Aldeia, o seu desenvolvimento e a importância das manifestações culturais que as Festas de Santa Cruz representam no Folclore Paulista, são pontos que reforçam a importância deste Coletivo.

A cidade de Carapicuíba é um município da região metropolitana, que possui a única aldeia jesuítica preservada em sua originalidade no Estado de São Paulo. A Aldeia de Carapicuíba foi uma das doze aldeias construída ao redor do Colégio de São Paulo em 1580, pelos Jesuítas, para a sua proteção. Neste local os indígenas eram capturados e trazidos para serem catequizados e colocados a serviço dos jesuítas. Durante muito tempo eles ficaram neste local, mas conta à história que a Aldeia de Carapicuíba era muito pobre e seu solo nada produzia. Devido a isso, os padres resolveram que deveriam transferir os indígenas deste local, para a Aldeia de Itapecerica da Serra, mas os indígenas que ali residiam se recusaram a abandonar a Aldeia de Carapicuíba  e mesmo quando ela foi incendiada eles retornaram e a reconstruíram.

Quando em 2009 ao completar 430 anos de fundação da Aldeia de Carapicuíba ao invés de diversas comemorações, assistimos com tristeza o abandono àquele patrimônio cultural material e imaterial, o que levou a refletir sobre o que tem sido  a Aldeia de Carapicuíba, o porquê dela não atrair mais os turistas como no passado.  Estes fatos nos provocaram e nos levaram a direcionar uma especial atenção aos detentores dos saberes e tradições daquele local, principalmente porque, muitos já estavam idosos, outros já haviam morrido e percebemos que ano após ano o público visitante das Festas tradicionais da Aldeia de Carapicuíba iam  diminuindo de maneira significativa. Neste clima de desalento, um grupo de amigos e parentes freqüentadores e amantes da Aldeia de Carapicuíba, iniciaram um debate e preocupados em proteger o patrimônio cultural imaterial daquele local, decidiram pela criação de uma Associação que resolvemos chamá-la de “Sarabaquê” em homenagem a Dança de Santa Cruz que assim era chamada pelos indígenas do local. Nesse sentido, a Associação Sarabaquê de Difusão Cultural e Social tornou-se realidade e através dela propusemos e criamos alguns projetos culturais na Aldeia de Carapicuíba. Criando assim, uma mobilização sócio-política-cultural, consagrando a forte presença da tradição da viola na comunidade de Carapicuíba e sua repercussão na região, tendo como repertório canções tradicionais como elemento de grande influência na história da vida e no cotidiano do migrante paulista. Realizamos durante dez anos diversas ações como oficinas de viola caipira; oficinas de transmissão de saberes; rodas de viola; rodas de conversas,  oficinas de adereços para as Festas de Santa Cruz; ensaios para a Festa de Santa Cruz e ensaios do Grupo Folclórico Sarabaquê. Com o apoio do PROAC e também da Lei Aldir Blanc realizamos diversas ações conseguimos até restaurar a sede do espaço. Infelizmente veio a pandemia e neste período também passamos por dificuldades e devido a falta de recursos encerramos as atividades dando baixa com muita tristeza em nosso CNPJ. A partir daí, decidimos que seríamos apenas um Coletivo, embora os objetivos sejam os mesmos e a busca pela continuidade de suas ações também. Agora estamos criando uma Orquestra de Viola Caipira da Aldeia de Carapicuíba.