Elisa Lobo: Arte e inclusão social

Em 2002, eu,  Elisa Lobo, artista plástica, iniciei com um grupo de mulheres, ex-colhedoras de café e em risco social, um projeto de inclusão através da Arte. Depois de 3 anos capacitando estas mulheres na arte do bordado, fechei meu ateliê em São Paulo e mudei-me para Carmo da Cachoeira, no Sul de Minas, cidade com 12.000 habitantes, onde moro até hoje, pois percebi o potencial e a força de vontade que estas mulheres tinham em aprender e querer transformar o cotidiano de suas vidas. O trabalho se iniciou com o material que havia: tecidos, linhas e agulhas, e assim trocamos as telas, as tintas e os pincéis dos grandes mestres da pintura quando iniciamos as releituras de suas obras em almofadas e poltronas. Mas ainda era pouco para essas mulheres acostumadas a grandes desafios cotidianos junto a seus filhos e famílias e resolvemos ampliar o processo do trabalho para um ateliê coletivo, onde todas se tornaram coautoras comigo em instalações de Arte e painéis bordados, travando diálogos com a História da Arte mostrados nos EUA, Canadá, Alemanha e Itália. No Brasil foram realizadas diversas exposições, sendo as mais importantes: no MAC - Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco, no Museu do Engenho em Piracicaba, e agora, em outubro de 2016, no Museu Nacional de Brasília.

Capacitei 150 mulheres na Arte do bordado com excelência de qualidade. O projeto sempre se sustentou pela venda de suas obras, mas com a crise global nossas dificuldades aumentaram até mesmo para a compra de matéria-prima, a manutenção de todas as mulheres no projeto e o custo das exposições. Hoje, com os difíceis dias que o mundo todo vive, temos no projeto apenas 47 pessoas e preciso trazer de volta as que provaram o sabor da vitória, do sonho conquistado. 

Assim, seu apoio é necessário para que possamos viabilizar a execução das  instalações que continuarão a serem bordadas pelas mulheres do projeto, e  garantirão trabalho para elas por 6 meses. Poderão ter uma ideia, pelas imagens de nosso video, do tamanho da complexidade e da doação de tempo que é preciso ter para que possam ser feitas.

A primeira instalação, "A Água é Viva", é uma reflexão sobre o desequilibrio, poluição e desperdício das águas no planeta. Já está sendo bordada sobre seda e seu orçamento  é de $45.000,00 (quarenta e cinco mil reais) a ser dividido entre as mulheres que bordarão. A matéria prima para a execução já se encontra em nosso ateliê coletivo.

A segunda instalação, "Samaúma", é referente ao desaparecimento da floresta amazônica, será bordada sobre organza e seu orçamento é de $60.000,00 (sessenta mil reais) a ser dividido entre as mulheres que bordarão. A matéria prima para a execução também já se encontra disponível em nosso ateliê.

Precisamos de seu apoio para podermos continuar e  propiciar as mesmas condições a todas, pois juntos podemos ir mais longe. Fizemos nossa parte, mas sem apoio o projeto não tem mais condições de prosseguir. Posso dizer que este trabalho feito com essas mulheres é único - não há registro em que um grupo com este número de pessoas, sem conhecimento teórico ou formação artística, tenha conseguido ser representado em galerias de Arte ou exposto suas obras em museus. Podemos até deixar este legado de Arte, mas juntos faremos mais, com o exemplo de que propiciando podemos realmente transformar.  Apoie esta conquista para que possamos continuar acreditando que mudar é possível, e dividindo a responsabilidade social podemos somar.

Enquanto pessoas permanecerem privadas de terem acesso à educação, à cultura e ao trabalho, todos seremos responsáveis, e é indispensável que ações como esta possam continuar a ser feitas. Sua mobilização e apoio são fundamentais para que nosso projeto continue a propiciar a estas mulheres uma justa inserção na sociedade, podendo assim ter sua dignidade de volta. Há muito a ser feito e precisamos prosseguir. Compartilhe em sua rede social, doe, porque fazer é preciso. Grata, Elisa Lobo.

In 2002, me, Elisa Lobo, a plastic artist, started with a group of women, former coffee harvesters and at social risk, an inclusion project through Art.  After 3 years of training these women in the art of embroidery, I closed my studio in São Paulo and moved to Carmo da Cachoeira, in the south of Minas Gerais, a town with 12,000 inhabitants, where I live until today, as I realized the potential and strength that these women had to learn and want to transform the daily life of their lives. The work began with the material that was there: fabrics, threads and needles, and we exchanged the canvases, paints and brushes of the great masters of painting when we began the re-readings of their works on cushions and armchairs. But it was still little for these women accustomed to great daily challenges with their children and families and we decided to extend the process of the work to a collective studio, where all became coauthor with me in art installations and embroidered panels, drawing dialogues with the History of Art shown in USA, Canada, Germany and Italy. In Brazil several exhibitions were held, the most important of which were: at the MAC - Museum of Contemporary Art in Pernambuco, at the Museum of Engenho in Piracicaba, and now, in October 2016, at the National Museum of Brasilia.

I trained 150 women in the art of embroidery with quality excellence. The project has always been sustained by the sale of its works, but with the global crisis our difficulties have increased even for the purchase of raw materials, the maintenance of all the women in the project and the cost of the exhibitions. Today, with the difficult days that the whole world lives, we have in the project only 47 people and I need to bring back those that have tasted the victory, the dream conquered.

So, your support is necessary so that we can make feasible the execution of the installations that will continue to be embroidered by the women of the project, and will guarantee work for them for 6 months. You can have an idea, through the images of our video, of the size of the complexity and of the time it takes to be made.

The first installation, "A Água é Viva" (The water is alive), is a reflection on the imbalance, pollution and waste of water on the planet. It is already being embroidered on silk fabric and its budget is BRL 45,000.00 (USD 13.274,18) to be divided among the women who will embroider. The raw material for the execution is already in our collective studio.

The second installation, "Samaúma", refers to the disappearance of the Amazon forest, will be embroidered over organza fabric and its budget is BRL 60,000.00 (USD 17.698,91) to be divided among the women who will embroider. The raw material for execution is also already available in our studio.

We need your support so we can continue and provide the same conditions to all, because together we can go further. We did our part, but without support the project is no longer able to proceed. I can say that this work with these women is unique - there is no record in which a group with this number of people, without theoretical knowledge or artistic training, managed to be represented in art galleries or exposed their works in museums. We may even leave this legacy of Art, but together we will do more, with the example of what we can truly transform. Support this achievement so that we can continue to believe that change is possible, and dividing social responsibility we can add up.

As long as people remain deprived of access to education, culture and work, we will all be responsible, and it is imperative that actions like these can continue to be made. Your mobilization and support are fundamental for our project to continue to provide these women with a just insertion into society, so they can have their dignity back. There is much to be done and we must continue. Share on your social network, donate, because doing is accurate. Thank you, Elisa Lobo.