Incógnito, texto de Nick Payne, teve sua primeira montagem no HighTide Festival, em 2014. Em 2015, realizou temporadas em Londres no Live Theatre e no Bush Theatre. Ganhou sua produção americana no Manhattan Theatre de Nova York, em 2016.
De acordo com a crítica internacional, Nick Payne é um dramaturgo raro, cujas ambições filosóficas são acompanhadas por uma atenção sensível ao comportamento humano. Suas peças acumulam sucesso, boas críticas e prêmios.
Em Incógnito, Payne volta sua atenção para a neurociência. Após fazer um longo estudo do trabalho de Oliver Sacks, Payne toma a neurociência como tema, e conta três histórias interligadas – a história real de Thomas Harvey, o patologista que, em 1955, roubou o cérebro de Albert Einstein para um estudo privado; Henry Maison, o primeiro paciente submetido à uma cirurgia cerebral na história da neurociência, em 1953; e a história fictícia de Martha, uma neuropsicóloga em Londres contemporânea tentando dar sentido ao seu presente e ao seu passado.
A narrativa se desenrola em uma série de cenas breves e fragmentadas, executadas como reflexos pelo elenco de 4 atores, que se desdobram para interpretar os 21 personagens da trama. Payne costura as três histórias de forma interconectada e rápida – da mesma forma que o próprio cérebro humano processa as muitas informações de uma só vez.
O projeto desta montagem brasileira teve início ao ser premiado pelo 22º Festival Cultura Inglesa. Lucas Brandão foi convidado pela Cia. Goya para dirigir o segundo trabalho do grupo: Incógnito, de Nick Payne.
O processo de montagem basicamente voltou sua atenção para dois vetores: o estudo vertical do texto e a maneira de traduzi-lo enquanto jogo e teatralidade.
O conceito da montagem foi norteado pela forma como a memória é criada no cérebro humano. Partindo de um conceito conhecido como FENDA SINÁPTICA (o espaço ‘vazio’ de trocas de informações eletroquímicas entre duas células nervosas, que possibilita a sinapse) nos perguntamos: o espaço vazio entre essas células seria um mar vazio por onde as informações nadam sem muito saber onde e como vão chegar, e chegam ao acaso?
O espaço vazio e a economia absoluta de objetos nortearam um processo que se apoiou no jogo.
Após as apresentações no Festival, sentimos que tínhamos muito a pesquisar ainda e seguimos investigando o trabalho desde Junho de 2018. Notamos que cada uma das três histórias que compõe Incógnito tem uma espécie de natureza e estrutura distinta. Quase como se fossem três autores distintos que tivessem escrito cada uma das três histórias. Para tal, decidimos encarar até o limite a então tímida ideia já testada no Festival: montar três peças com regras, registros e lógicas completamente distintas, como se tivessem sido dirigidas e atuadas por artistas distintos.
Se na experiência do Festival a relação entre palco e plateia era frontal, passamos a entender que a disposição agora é em forma de arena, com três plateias.
Três histórias entrelaçadas que questionam a ideia da identidade e como nos definimos pelo que imaginamos, Incógnito é uma obra que reflete sobre o que significam as escolhas ao tentar ser humano.
MARTHA
Londres, Inglaterra. Tempo presente. Martha é neuropsicóloga clínica, e ao estudar as diferenças entre o cérebro físico e o cérebro mente, passa a fazer escolhas que mudam sua vida radicalmente.
Para esta historia, a encenação se materializa como os personagens imersos nos espaços do público, estabelecendo relação constante com a plateia.
Passamos a pesquisar esta história a partir do registro do Naturalismo.
HARVEY
Princeton, Nova Jersey. 1955. Thomas Harvey, ao realizar a autópsia de Albert Einstein, decide roubar seu cérebro para pesquisas científicas.
Para esta história, a encenação parte da teoria da relatividade para criar um jogo circular no palco, em uma lógica interna que estabelece uma espécie de quarta parede com a plateia.
Passamos a pesquisar esta historia a partir do registro do Realismo.
HENRI
Bath, Inglaterra. 1953. Henry Maison é o primeiro paciente a sofrer uma cirurgia cerebral e perde a memória de curta duração, ficando preso no tempo presente.
Par esta história, a encenação propõe a dinâmica fotográfica, que sempre se repete como se fosse uma reposição incessante de uma mesma fotografia com os atores numa relação frontal com a plateia, interpretando o público como seu interlocutor.
Passamos a pesquisar esta história a partir do registro do Ultrarrealismo, esbarrando no Simbolismo.
Texto: Nick Payne
Versão brasileira: Jorge Minicelli
Elenco: Adriane Hintze, André Magalhães, , Jorge Minicelli e Luciana Grillo
Direção: Lucas Brandão
Iluminação: Laura Salerno
Trilha Sonora: Luciana Grillo
Figurino: Ateliê Vivo por Gabi Cherubini e Flávia Lobo Felício
Dramaturgismo: Susi Walker
Realização: Cia. Goya de teatro
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