Intercâmbio UGA/BR Onde Direitos Humanos Dançam

ADORO ESTA GENTE QUE DANÇA

Amigxs

Meu nome é Andréa Müller, sou atriz e produtora cultural, formada em artes plásticas pela Universidade de Belas Artes de São Paulo. Trabalhei no Sesc São Paulo por 23 anos, em diferentes áreas artísticas, em especial na área de dança, criando e realizando projetos nacionais e internacionais.

Acredito na troca de experiências para o desenvolvimento humano e na luta por pautas humanitárias. Por isso, pretendo trazer ao Brasil, no período de 29 de março a 19 de abril de 2020, o bailarino e coreógrafo Oscar Ssenyonga, de Uganda. Ele trabalha pelos direitos humanos através da dança e virá para realizar um intercâmbio cultural com artistas, organizações socioculturais, comunidades carentes, professores, pais e alunos dos ciclos fundamental e médio da rede pública de ensino. Visitará 2 cidades brasileiras: Salvador - BA e Itajaí - SC. Em cada visita, ele fará um relato das perseguições sofridas em seu país pela comunidade LGBTQIA+, abrindo debates e reflexões sobre a  realidade brasileira.

Para que você conheça melhor o trabalho artístico de Oscar Ssenyonga, seguem dois links:

https://www.youtube.com/watch?v=QK4wnvU-M-A     

https://www.youtube.com/watch?v=WFLJISdKkZk

Ssenyonga é diretor artístico do Festival Tuzinne – Onde os Direitos Humanos Dançam, realizado anualmente. Em novembro de 2019 a 3ª edição do festival foi cancelada pela polícia de Kampala, que censurou o evento por considerá-lo favorável à causa LGBT+. Bailarinos foram agredidos e presos, figurinos e cenários foram apreendidos.

As leis de Uganda punem a homossexualidade com prisão perpétua. Recentemente o ministro da ética, Simon Lokodo, tentou reeditar uma lei do período da colonização inglesa, que pune a homossexualidade com pena de morte. Essa tentativa causou forte reação internacional e o obrigou a retroceder.

A situação no Brasil também é preocupante. Dados do Ministério dos Direitos Humanos, divulgados em fevereiro do ano passado, demonstravam que a cada 16 horas o Brasil registrava um assassinato por homofobia.  Vivemos um momento político em que pensamentos e ações conservadoras têm sido explicitamente apoiados e autorizados pelo Estado: Uso de armas, censura à liberdade de expressão, eleição de “inimigos internos” (esquerdistas, ONGs, indígenas etc.), aumento da violência nos aparatos coercitivos. Essas “autorizações” têm provocado manifestações de intolerância contra gays, mulheres e quaisquer pessoas de opiniões e ideias “não alinhadas” ideologicamente. Além disso, tem sido observado o desmonte das instituições públicas de ensino, o ideologismo imposto na pedagogia do ensino fundamental e a censura a projetos artísticos e culturais.

No caso das operações policiais, a justificativa de uma suposta “guerra ao crime” intensificou o extermínio sistemático de jovens pobres e negros, moradores de periferias. Para complementar o quadro alarmante, permanecem a precariedade na saúde pública e o elevado índice de desemprego.

Quero apoiar Oscar Ssenyonga e ajudá-lo a denunciar os atentados aos Direitos Humanos, cometidos em Uganda e no Brasil. Seus relatos certamente ensejarão importantes debates, reflexões e ações.

Esta ação, realizada pelo Espaço Cultural Beija-Flor Cobra Criada, promoverá os direitos humanos por meio da dança contemporânea e do intercâmbio de culturas.

Não oferecemos contrapartidas materiais. A premiação é simbólica, de grande valor: Ajudar na luta pelos DIREITOS HUMANOS. Não podemos mais ficar indiferentes às agressões, desmandos e negligências.

Vamos utilizar a arte para promover um reencontro das pessoas com sua humanidade. Preciso da sua contribuição e do seu apoio. Compartilhe em suas redes.

Ssenyonga está chegando. Ajude-nos!