LOC: versão em português contemporâneo

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Serie EDITORA TENEO Clássicos

"Curiosamente, os primeiros atos litúrgicos protestantes celebrados na América do Norte foram feitos de acordo com o Book of Common Prayer. Assim Francis Fletcher, capelão que acompanhava Francis Drake, celebrou um culto com o Book of Common Prayer na costa da Califórnia, em 1579, provavelmente o primeiro culto protestante a ser celebrado na América do Norte. Também o primeiro índio convertido ao protestantismo, foi batizado pelo rito do Book of Common Prayer no dia 13 de agosto de 1587. Apenas uma semana após a fundação de Jemestown, em maio de 1607, celebrou-se culto usando o Book of Common Prayer.

A influência desse mesmo livro, tanto em inglês como em português, tem sido bem maior do que geralmente se reconhece. The Book of Common Prayer acompanhou os ingleses ao Brasil pelo menos desde 1808 quando da chegada da Família Real. Logo depois de Lord Strangford completar as negociações dos tratados de 1810, foram lidas orações do Book of Common Prayer, na casa do ministro e os capelães ingleses que vinham para o Rio de Janeiro o usavam normalmente. O culto regular de acordo com essa liturgia se estabeleceu com a inauguração da primeira capela anglicana no Rio de Janeiro, em 1822.

Mas não foram só os anglicanos que usaram o Book of Common Prayer. O presbiteriano James C. Fletcher, quando capelão da Sociedade Americana de Amigos dos Marinheiros, costumava celebrar culto a bordo dos navios que aportavam na Baía da Guanabara, usando o Book of Common Prayer. Julga-se que foi Fletcher quem introduziu Simonton ao Book of Common Prayer; é certo que este o usou nos cultos que realizou a bordo dos navios “estadunidenses” e britânicos, com os marinheiros de fala inglesa. Também temos conhecimento de que Blackford encontrou colaboradores anglicanos, entre os quais um certo Fox, então chefe da Companhia de Estrada de Ferro, o qual costumava dirigir culto na sua residência, usando o Book of Common Prayer.

O escocês Richard Holden (1828 – 86), tendo trabalhado no Brasil como comerciante, vocacionado ao ministério, estudou em Gambier, Ohio, onde, com a colaboração do português Rev. Antônio José de Matos, verteu o Book of Common Prayer para o português. O próprio Holden trouxe o Livro de Oração Comum para o Brasil, trabalhando como missionário episcopal no Pará e na Bahia. Fortes controvérsias com autoridades católicas forçaram sua saída antes que deitasse as bases da Igreja Episcopal, o que só aconteceria quase concomitantemente com o advento da República. Assim a liturgia anglicana, tanto em inglês como em português e, subsequentemente, em outros idiomas". 
 

"Foi o primeiro e também o mais duradouro livro litúrgico protestante no Brasil.”

Fonte:http://igrejaanglicana.com.br/livro-de-oracao-comum-brasil