Mãe - um olhar sobre a maternidade trans

 A IDEIA

A pandemia de COVID-19 e seu período de quarentena nos coloca em outro diálogo com a vida. Nós, travestis e mulheres trans, já tão assombradas pela nossa baixa expectativa de vida, nos vemos mais vulneráveis e fragilizadas neste contexto e tenho olhado profundamente para minhas raízes.

Deparei-me com o despertar de um desejo antigo: a maternidade. Ser mãe, cuidar, ser a fonte de origem e preparo para o mundo, foi sempre um grande desejo, mas que foi apagado e deixado de lado por conta de todo o preconceito sofrido após o meu processo de percebimento de gênero.

Pode uma mulher trans ou travesti querer ser mãe?

Pode querer viver este processo atribuído exclusivamente a mulheridade cisgênera? 

Pode.

Deste desejo pessoal nasceu o argumento para o curta documentário ‘Mãe - um olhar sobre a maternidade trans’, onde irei conversar (por chamadas de vídeo)  com três mulheres trans e travestis que são mães e disponibilizarei este filme de forma gratuita, universal e democrática, sendo este de domínio público. Desta forma, pretendo contribuir com a construção imagética sobre a maternidade trans, difundir histórias de afeto e de enfrentamento à transfobia.

DADOS SOBRE A TRANSFOBIA NO CONTEXTO DE PANDEMIA

Segundo a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA) o número de assassinatos de pessoas trans no primeiro semestre de 2020 subiu 39% em relação a igual período do ano passado. É neste cenário de agravamento da violência contra a nossa população que enxergamos a necessidade de criar conteúdos artísticos que naturalizam e humanizem as nossas vidas. 

‘Mãe - um olhar sobre a maternidade trans’ será um filme sobre a pluralidade da maternidade, onde uma travesti que deseja ser mãe, conversa com outras 3 mulheres trans ou travestis, mulheres intersexo e travestis intersexo para saber sobre suas histórias e processos nesta caminhada, preconceitos enfrentados, e como são suas rotinas com suas filhas, filhes e filhos. 

Por conta do cenário global de quarentena (e enxergarmos urgência em deixar um pequeno registro sobre o tema), as conversas entre Maria SIl e as entrevistadas serão feitas de forma remota e o curta documentário será produzido com as gravações destas conversas on-line. 

EQUIPE

Nossa equipe é composta por seis pessoas e destas quatro são pessoas transvestigêneres e duas são pessoas cisgêneras.

* No orçamento ainda constam 10% para o site                        

CRONOGRAMA

21/08 - Finalização da Campanha

21/09 a 25/09 - Gravações

23/10 a 06/11 - (em aberto) Lançamento

Entre Janeiro e março de 2021 serão entregues as contrapartidas.