Mundial X-Terra no Havaí- Maira Lopes

Práticas esportivas fazem parte da minha trajetória há tempos. Já transitei em diversas modalidades porque, no fundo, acho que o que a gente quer é se superar e se permitir sentir o frio na barriga que tudo aquilo que é novo e desconhecido nos dá. Se superar naquilo que você julgava ser, até então, impossível. Foi com esse espírito que em 2010, enquanto fazia graduação em Ciência Sociais, vi um rapaz correndo na esteira da academia por 40 minutos e ao mesmo tempo que disse pra ele que achava um máximo isso, disse pra mim: isso também pode ser pra você, porque antes mesmo da superação estar expressa no corpo, ela deve estar é na mente.
Aos poucos, timidamente, fui me aproximando da corrida. Saía pelas ruas da cidade, gritando uma espécie de potência, de poder estar ali. Eu, um par de tênis e nada mais.
Nesse caminho, tomei gosto pela coisa e fui conhecendo atletas da cidade e quando me dei por mim, estava treinando com eles. Foi aí que pude perceber que, aquilo que era pura intuição, estava muito perto de uma realidade que, lá em 2010 eu já havia projetado. Comecei a participar de uma prova aqui, outra ali. Não muitas, sobretudo porque participar de provas envolve custos. Mas da maioria que participei cnsegui pegar pódio  e isso me motivava cada vez mais. Até porque, o que o pódio nos dá é o reconhecimento de todo o esforço que fora empreendido em toda disciplina de treinos, de alimentação, de concentração que são necessários para se chegar até ali.
Nesses anos, sempre dividi meus treinos com muito estudo. Sou formada em Ciências Sociais, pela UNESP- Araraquara, Mestre em Ciência Política UFSCar e professora de Yoga. Além de correr, tenho paixão pela bicicleta, como veículo de transporte e mas também como fonte de adrenalina. Aliás, foi por gostar tanto de bicicleta, e de ver que muitas mulheres deixavam de pedalar por medo, que comecei a mandar mensagem pra uma, pra outra, e pra mais outra, com o intuito de formar um grupo de pedal feminino para que, juntas, nós oferecêssemos apoio e segurança uma para as outras. E assim nasceu o Las Guapas MTB Team que hoje conta com mais de 100 mulheres que aos poucos foram percebendo que o campo da superação por meio do esporte trás benefícios são só pro corpo. 

Em maio de 2017, a convite de alguns amigos, resolvi correr a meia maratona no X-Terra Brazil, em Ilha Bela .Sabia que seriam 21,3km de paisagens de encher os olhos, mas também sabia que seria um baita desafio, por ser uma prova extremamente dura. Estava num dia bom, estava confiante e fiz a prova em 2h15, tempo que me garantiu a 5º colocação entre as 87 mulheres inscritas e a classificação e inscrição para o Mundial X-Terra que acontecerá dia 03 de dezembro de 2017 em Oahu, no Hawaií.