O governo alemão anunciou que vai proteger setores importantes de aquisições e concorrência estrangeira. Pela nova política, o governo se dispõe a comprar participações em empresas estratégicas para evitar que elas sejam adquiridas pelo capital estrangeiro.
Na liberalíssima Alemanha, o objetivo do governo é ajudar as empresas alemãs, já tão robustas, a manter e reforçar sua liderança em várias áreas, desde a indústria de tecnologia até a automobilística, a de máquinas e a de produtos químicos.
A verdade é que o pensamento liberal, queiramos ou não, perde espaço em no mundo com a guerra comercial deflagrada por Donald Trump. O presidente americano, o francês Emmanuel Macron e outros líderes procuram proteger suas empresas e suas economias de uma competição nem sempre justa, principalmente advinda de países como a China, onde o capitalismo floresce em meio a uma democracia "iliberal", expressão muito usada pelo primeiro-ministro da Hungria, o direitista hiperconservador Victor Orbán. Tente, por exemplo, comprar hoje uma siderúrgica ou uma ferrovia nos Estados Unidos. Será muito difícil, embora nenhuma lei americana impeça isso.
O ministro alemão da Economia, Peter Altmaier, ao apresentar o plano estratégico para a indústria de seu país até 2030, afirmou que o projeto representa o "fim de uma Alemanha que assiste passivamente um acontecimento que já está a todo o vapor nos Estados Unidos, no Japão e na China". Nos Estados Unidos, Trump adota o lema "América em Primeiro Lugar". Na China, está em andamento o plano "Made in China 2025".
Peter Altmaier não escapou das críticas dos liberais, naturalmente. Mas negou que a nova política seja conflitante com o livre mercado. Disse que o Estado só poderá comprar participações de empresas alemãs para evitar sua desnacionalização em casos muito importantes.
Seja como for, essa onda global protecionista deveria, no mínimo, levar o Brasil a refletir. Será este o momento adequado para o capital nacional se desfazer do controle da brilhante Embraer por míseros US$ 5 bilhões? Será que é hora de pôr à venda fatias de estatais como Petrobras e Banco do Brasil?
Se depender do ministro da Economia, Paulo Guedes, o programa de privatizações vai andar rapidamente. Não há espaço para recaídas nacionalistas. No dia 8 de fevereiro, em pronunciamento no BNDES, ele defendeu a privatização de estatais e observou que o ideal seria vender todas, mas comentou que o presidente Bolsonaro e militares às vezes "olham para algumas delas com carinho, porque eles criaram elas com carinho desde lá atrás". E completou: "Só que eu estou dizendo: olha só, seus filhos fugiram e estão drogados".
Não é uma declaração inteligente nem responsável para um membro do governo que pretende colocar em leilão seus "filhotes" estatais. Se o próprio ministro está dizendo que eles são "drogados", quem vai arrematá-los? A que preço?
Rapaz, coitados desses paises que não têm um sábio como o Paulo Guedes para explicar que o estado "moderno" não têm estatais no setor elétrico:
França com a EDF,
Canadá com suas estatais em Quebec e British Columbia.
Estados Unidos com mais de 2.000 empresas municipais de distribuição de eletricidade e com as modelares Tennessee Valley Authority e Bonneville Power Administration.
Coreia do Sul com sua Korean Energy Power Company.
Noruega com a Stattcraft e todas as suas empresas municipais.
Suécia com a sua Vattenfall.
Dinamarca com a Energynett e a DONG Energy.
Nova Zelândia com suas Genesis Energy, Meridian Energy, Mighty River Power, Solid Energy, Transpower New Zealand Limited.
Espanha com sua Red Electrica de España.
Australia com a Power and Water Corporation.
Belgica com a EDF Luminus.
China com a State Grid Corporation of China.
Hungria com a Paks Nuclear Power Plant.
Indonesia com a Perusahaan Listrik Negara.
Israel com a Israel Electric Corporation.
A Italia com a Enel.
O Japão com a TEPCON-Tokyo Eletric Power Holdings Inc.
México com a Comisión Federal de Electricidad.
Polonia com a Polska Grupa Energetyczna.
India com a Coastal Karnataka Power/Ultra Mega Power Projects (UMPP).
Russia com a RusHydro /Inter RAO UES.
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