Uma das coisas mais importantes que reconheci nestes anos de estudos e ensino foi a irrevogabilidade do eu. Só posso viver respondendo ou negando seus anseios; ratificando ou preterindo suas inclinações. Aquele que sou intimamente quer decidir, intervir e propor: meu dever é posicionar-me, como súdito que atende ou não à Sua Majestade.
Este princípio de vida – considerar a todo tempo o desejo mais sincero do eu – é indispensável a qualquer um que escolha a vida e não a morte; a abundância e não a falta; o consolo e não o alívio; o movimento e não a paralisia; a plenitude e não a ausência. A felicidade é uma espécie de encontro dos sonhos íntimos com a concretude dos dias, e ela não seria possível sem que houvesse esta relação de proximidade entre aquela instância pessoal, que decide e se altera no mundo, e aquela que é. Aquela que sempre é.
Escutar a própria voz que ressuma desde a mais profunda realidade interior é o desafio dos homens de agora, atormentados pelo barulho das ruas, das falsas convivências e dos movimentos das massas. São os gritos da mediocridade, da passividade e da fantasmagoria: sons externos, superficiais e mágicos que encantam os personagens desse faz de conta a que chamamos inferno. Toda vida verdadeira, substancial, resiste às forças aviltantes; e são apenas estes resistentes os capazes de sobrepor-se, percebendo o gemido que nasce no coração.
Por isso nada é mais urgente nestes tempos de homogeneização: resgatar a si mesmo, numa ascese dolorosa – como tem de ser. Ninguém pode fazê-la em meu lugar. Aliás, “ninguém” é pronome indefinido. Apenas eu, radicalmente eu, posso tomar a direção deste movimento que me livrará dos abstracionismos violentos com que uma parte da humanidade se lança no abismo da indistinção. Marcados pela repetição, esses homens e mulheres conferem novos significados à expressão “vida de gado”.
A espécie literalmente cai. Perde graus, como diria Ortega y Gasset. E nenhum medicamento no mundo pode solucionar o hiato entre as duas dimensões pessoais que de alguma forma nos definem. Toda e qualquer ação bioquímica servirá apenas para sufocar os gemidos que martelam sua existência quase ininterruptamente: o homem atual talvez seja o primeiro a odiar a consciência.
E talvez também seja o primeiro a sucumbir, no sentido de preferir a carne ao espírito. “Primeiro meu estômago”, dizem a si mesmos. Depois, aquelas realidades estranhas a que denominam sentido, vocação, destino, amor, felicidade. E o mais paradoxal – para não dizer estúpido – é o espanto confessado depois de anos de barriga cheia e alma pobre: “por que não sou feliz?”.
Fazer o que lhe agrada, não coibir nenhum desejo e atender a todas as demandas externas não se mostraram suficientes. A partir daí, desta constatação que pode acontecer aos trinta, quarenta, cinquenta ou cem anos, resta-lhe a admissão do fracasso, a resignação e a adoção de novos meios.
Meios de quê?
De possuir a felicidade, principalmente. E este livro não é outra coisa senão meu testemunho a respeito dessa realidade que também é minha e que, portanto, também me dói. São tantas as trajetórias vividas até aqui, tantos os lamentos acolhidos em privado, tantas as percepções de vida inferior, que eu não poderia fazer outra coisa agora, sob pena de tentar revogar minha própria história: comunicar aos que têm ouvidos o que me parece ser uma existência feliz.
Como sou declaradamente um inimigo dos abstracionismos intelectuais, dos conselhos pedantes e dos interesses diletantes, não ofereço receita genérica. Serei o mais infeliz dos professores se isto for acolhido como autoajuda, aliás. Ofereço os traços de uma forma possível apenas se preenchida de pessoalidade enquanto absorvida por aquele que lê. Você não encontrará mandamentos, mas tentativas de expressão da realidade. É este o ofício do filósofo, e a isto me proponho.
A felicidade é uma posse: fugidia, incompleta e insegura. Por isso também é um movimento de sentido determinado, ao encontro do eu; um trânsito entre o que se sabe e o que não se sabe. Não do “mundo”, dos livros ou das coisas que os outros sabem, mas da própria realidade radical, a partir da qual toco o mundo, os livros e os outros.
A felicidade é posse de si.
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Tiago Amorim é paranaense, casado e pai de dois filhos. Bacharel em Direito e psicopedagogo, atua na área da educação há mais de dez anos. Já lecionou em diversas instituições privadas e atualmente desenvolve um trabalho autônomo que pode ser conhecido em seu website (avidahumana.com.br). Estudioso da Antropologia Filosófica, especializou-se na Escola de Madri - movimento intelectual iniciado por José Ortega y Gasset no século XX. Considera-se um seguidor de Julián Marias, o pensador mais influente em sua vida.
A editora Simonsen publica livros ousados e variados, sempre com alta qualidade gráfica e de comunicação. Renomados autores como Mario Vargas Llosa, Tom Perrotta, Rodrigo Constantino, Maria Valéria Rezende e Phyllis Schlafly fazem parte de seu catálogo e seus livros já figuraram nas páginas da Folha de S.Paulo, do Estadão e da revista VEJA.
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