PQNE finalizado

Em 2009, ainda no início da minha viagem de volta ao mundo, acabei viajando para a Somalilândia. Foi uma surpresa para mim, pois eu pouco sabia desse país, independente desde 1991. Um país com seu próprio presidente, com visto de entrada próprio, moeda, exército, e outras instituições, mas sem nenhum reconhecimento internacional. Para o mundo todo a Somalilândia faz parte da Somália, mas eu pude comprovar que não. Apesar das dificuldades, as pessoas têm um dia-a-dia comum, e existem atrações surpreendentes por lá.

Essa viagem me despertou muita curiosidade por países que lutam por reconhecimento internacional. Alguns têm instituições muito bem estabelecidas, outros venceram guerras, mas não foi suficiente para fazer parte do "clube" das Nações Unidas. Existem regras, e algumas leis internacionais são bastante contraditórias, como a do " Direito de Autodeterminação dos povos" e a da " Inviolabilidade dos Territórios". 

Afinal das contas o que é um País? Analiso um pouco sobre este assunto no início do livro. Não deixa de ser intrigante que países como Kosovo, Palestina e Taiwan terão delegações nas olimpiadas do Rio 2016, mas não são Estados membros das Nações Unidas.

Os relatos são simples e diretos. Mostram o ponto de vista de um viajante, e não de um jornalista, o que torna a leitura bem mais leve. Segue uma linha parecida com os meus outros dois livros: " De Cape Town a Muscat: uma aventura pela África" e " De Istambul a Nova Délhi: Uma Aventura pela Rota da Seda".

Os amantes de viagens, e os curiosos, vão adorar conhecer mais sobre destinos que não foram mencionados nem nas aulas de geografia, como Transnístria, Abecásia e Nagorno-Karabakh. Outros territórios, que já foram independentes no passado, ou que sonham um dia ser livres, como Tibete e Curdistão, também fazem parte do livro, em um capítulo separado.

A última colônia africana, o Saara Ocidental, e o Chipre do Norte, um país com a capital dividida por um muro até hoje, tem destaque junto com outros países "de facto" independentes.

É a oportunidade de viajar através da leitura, ler sobre lugares distantes, conhecer pessoas e costumes que talvez não teríamos a oportunidade de conhecer, além de explorar regiões, muitas vezes não tão acessíveis, seguras ou fáceis de viajar. Nesses lugares e rotas, pouco percorridas, muitas vezes somos surpreendidos com o inimaginável.

O valor arrecadado não paga todos os custos da publicação, mas já ajuda bastante na impressão do livro. Quem compra um livro já economiza 10% do valor que será cobrado pelas livrarias após o lançamento. Quem compra mais livros, tem a chance de adquirir os exemplares antigos, que estão se esgotando, ou de presentear amigos com uma publicação original que aborda um tema bastante atual.