Pré-venda Penélope Africana

Imagine por um momento que você foi tirada de sua terra natal na África para vender tecidos no Brasil após a proibição do tráfico de escravos. A lei é Ambígua e Manipulável, apesar de ser livre, o trabalho abusivo continua e sua maior vontade é voltar para casa. Isso é apenas um pouco da história de Cândida Maria, contada em Penélope Africana, um romance maravilhoso, envolvente e um lançamento exclusivo da Editora Cubzac/CEPE. Faça parte desta pré-venda e garanta já o seu!

Contribuindo com este Kickante, você garante com exclusividade o seu exemplar de Penélope Africana e também destina 1/3 do valor para a Fundação do Instituto Casa de Yaá, uma instituição que oferecerá apoio administrativo-financeiro e educacional a mulheres negras, jovens e adultas de Recife, em projetos comerciais individuais e também na preparação para ingresso em cursos de graduação nas áreas de medicina, engenharias ou ciências da natureza. Garanta seu exemplar e contribua com as mulheres do Instituto Casa de Yaá!

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Yaá vivia em uma aldeia africana, cuidando de um quintal com aves, quando foi capturada por mercadores de pessoas. Colocada dentro de um barco, não sabia para onde estava indo e, em certo momento, imaginou que estava sendo levada às terras do fim do mundo.

Quando chegou a Recife, viu pessoas muito brancas e imaginou que as pessoas do fim do mundo era assim, sem cor.

Pela Lei, ela era livre, mas essa liberdade só poderia acontecer depois de passar catorze anos a serviço de famílias recifenses que, em troca do trabalho, concordavam ensinar um ofício, dar educação e formação religiosa.

Com poucos anos de atuação no ofício de vendedora de tecidos, Yaá pede à justiça que a emancipe, como previa a lei, pois poderia viver de seu trabalho, sozinha. Por três vezes, em um espaço de alguns anos, o juiz negou a emancipação de Yaá, alegando que ela logo se tornaria mais uma miserável, vivendo na rua, e, sem outra alternativa, venderia o corpo para sobreviver.

A Lei não permitia que Yaá apresentasse as formas de sobrevivência e comércio que estabeleceriam seu sustento. Qualquer argumento, poderia ser usado contra ela, considerando que ela, para ter os ganhos e bens, só poderia obtê-los roubando o homem que a tomou por arrendamento ao governo da província.

Sem poder justificar as formas de sobrevivência baseadas em um comércio legítimo, pouco restava ao advogado de Yaá, a não ser esperar que o juiz, por um entendimento fora dos padrões, aceitasse emancipá-la. Yaá não podia nem mesmo dizer que sua motivação de querer emancipa-se vinha do desejo de voltar a sua terra, rever seus pais e parentes e ficar cuidando de seu quintal de aves.

 André Resende é escritor e roteirista.  Suas obras alcançam  a literatura, teatro, ensaio e psicanálise. Seus livros: Mundo Enquadrado - o   lugar dos símbolos nas coisas reais (ensaios, cultura),   Zômis - em torno do masculino (ensaios, psicanálise),   Amor Vário (romance), Birdboy (romance), Quem sou eu   (infantil), Ermitongo (infantil), Quem disse sim (poesia),   Maçã Caramelada (teatro), Uma coisa de cada vez (contos), Diasassados (romance)

A Editora Cubzac foi fundada em 2007 na cidade de  Recife. Publica autores nacionais e estrangeiros nos  gêneros: romance, conto, ensaios, teatro, poesia,  para o público infantil, jovem e adulto. Além de autores consagrados, a Cubzac tem foco na publicação de escritores brasileiros estreantes. A linha infantil prioriza narrativas que permitam ao pequeno leitor refletir sobre seu lugar no mundo como sujeito pensante capaz de transformar-se e de transformá-lo a partir do conhecimento. Nossos livros têm distribuição e venda em todo território brasileiro. A Cubzac busca a excelência na produção editorial. Nossos livros são cuidados para que o prazer da leitura se amplie até o objeto livro. Contamos com uma equipe de edição, tradução, preparação de texto, revisão, produção gráfica, divulgação e distribuição. Os livros da Editora Cubzac têm distribuição e venda em todo território brasileiro e comercialização de e-books nas livrarias da rede Cultura.

 O Instituto Casa de Yaá  é uma organização não   governamental que será criada para oferecer apoio administrativo-   financeiro e educacional a mulheres negras,  jovens e adultas de  Recife em duas frentes:

 a) em projetos comerciais individuais.

 b)  apoiar na preparação para ingresso em cursos de   graduação nas áreas de medicina, engenharias ou ciências  da natureza. A Casa de Yaá teve como fonte de inspiração o Romance Penélope Africana, do escritor André Resende, que conta a história de Cândida Maria da Conceição, africana livre que viveu em Recife no século XIX e por três vezes teve seu pedido de emancipação e independência pessoal negado pela justiça da época, que não reconhecia sua capacidade profissional para sobreviver através do seu trabalho. André Resende começou a rabiscar e romancear a vida de Cândida após a leitura de alguns livros, a exemplo de Pretas de Honra – vida e trabalho de domésticas e vendedoras no Recife do século XIX (1840– 1870), de Maciel Henrique Silva, e Liberdade – Rotinas e Rupturas do Escravismo no Recife, 1822–1850, de Marcus J.M de Carvalho. Os dois livros, publicados pela Editora da Universidade Federal de Pernambuco. A identidade da Casa de Yaá é inspirada na vida de Cândida Maria da Conceição, mulher negra que se mostrava firme e incansável em seu propósito de emancipar-se e de um dia poder retornar para sua casa. 

O livro Penélope Africana e o Instituto Casa de Yaá serão lançados em Maio de 2018. Assim como Yaá existem outras tantas mulheres negras em Recife que buscam diariamente alcançar sua emancipação social e econômica.  A Casa de Yaá está prestes a iniciar seus trabalhos junto as mulheres  negras. Contamos com o apoio, pareceria e incentivo Secretaria Estadual da Mulher que acolheu a ideia, e, vem prestando suporte à Casa.