Projeto Cuba

O projeto

O coletivo nasceu em julho de 2015, na Escola Popular de Comunicação Critica (Espocc), um projeto da Organização Social de Interesse Público (OSCIP) do Observatório de Favelas do Rio de Janeiro. Localizado na Favela da Maré, o curso é oferecido gratuitamente e tem patrocínio da Petrobras e certificação como curso de extensão da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A duração do nosso atual curso é 10 meses com carga horária de 432 horas entre aulas e oficinas, e conclusão prevista para maio de 2016.  Nós, cubanxs, apelido sugestivo do grupo, não queremos saber de férias de junho; queremos dar continuidade à escalada por nosso conhecimento! Estamos vivendo na era da representatividade, diversidade e fomento à cultura, onde é preciso quebrar tabus e pré conceitos, principalmente quando o assunto envolve as minorias, ou seja, o nosso povo! Não podemos ficar parados, e se as oportunidades não vem até nós, nós vamos até elas! E estudar cinema em Cuba, na conceituada Escuela Internacional de Cine y Television (EICTV), no curso de Produção de Cinema de Baixo Orçamento, que acontecerá entre os dias 27 de junho a 08 de julho de 2016, irá acrescentar uma vivência ímpar e muito conhecimento em nossas vidas e carreiras. Fora a representatividade de jovens periféricos em uma escola internacional de cinema.

O curso na Espocc tem conclusão prevista para maio, mas quando entramos não sabíamos das surpresas e desafios futuros em prol do amor pelo cinema que teríamos ao nos conhecer! A sede do Observatório e os entornos do conjunto de favelas da Maré, em especial a comunidade da Nova Holanda, foram o celeiro da ideia. Em reconhecimento a esta grande comunidade, com cerca de 132 mil habitantes, de acordo com o senso Maré 2010 - um lugar observado por quem está "de fora" como complexo, difícil de lidar, perigoso, cuja realidade retratada na grande mídia hegemônica é de violência e medo, iremos nos dedicar ao retornar para o Brasil em compartilhar o conhecimento com pessoas da favela interessadas no assunto.

O que iremos vivenciar com a campanha, só será real porque todos nós nos conhecemos nesse lugar incrível e único na cidade do Rio de Janeiro que é a Maré! A jornalista Tati Alvarenga, idealizadora do projeto Cuba é uma atriz negra, feminista, cristã-protestante que atua como voluntária no jornal local O Cidadão, desde agosto de 2013, tendo vasto respeito e compromisso com os mareenses. O coletivo possui ainda representantes de várias localidades do Rio e Grande Rio: Complexo do Caju, Favela do Boogie Woogie, São Gonçalo, Seropédica, São João do Meriti, Marechal Hermes e Catete na Zona Sul. Sim, Zona Sul... Também existem pessoas que não são financeiramente "bem sucedidas" e moram em bairros nobres. Direto do Catete da Zona Sul, a nossa querida Raquel Tavares vai representar as pessoas capazes de driblar preconceitos em prol da vontade de fazer um curso de qualidade e reconhecimento, independente da região geográfica da instituição de ensino. Passamos até agora por muitas lutas e vencemos o descrédito daqueles que sequer nos conhecem, somos julgados pela nossa condição financeira e social. Portanto o projeto Cuba pretende quebrar paradigmas e possibilitar a troca de saber e vivência ao retornar para o nosso país. É bacana fazer com que muitos se sintam motivados pela nossa história e despertem o interesse pela educação e a cultura, de modo a ter interesse por sua origem e processo histórico do local onde vive.

Como tudo começou?

Surgiu no "papel" em meados de setembro de 2015,o primeiro passo no percurso em busca do sucesso profissional unido à necessidade de fomentar a cultura cinematográfica brasileira com olhares periféricos. Começou com a inscrição no edital de Intercâmbio do Ministério da Cultura, onde não foi possível a conquista do valor máximo disponibilizado. Mas, somos brasileiros e não desistimos nunca! Vamos estudar cinema em Cuba! E contamos com a força da solidariedade das pessoas e da ideia de que ninguém consegue nada sozinho. Queremos mais conteúdo e repertório para ter capacidade de produzir um cinema para além dos padrões comerciais. Ter a nossa própria voz relatada nas telonas, mídias portáteis, cineclubes nas favelas e toda forma de difundir e democratizar a produção cinematográfica. Hollywood todos conhecem, mas fechamos os olhos e as salas dos nossos cinemas para o melhor das cinematografias nacionais e de outros países porque só querem fazer a gente ver o que eles querem. Mas nós abrimos nossos olhos e consciência através do conhecimento. E Viva o nosso cinema nacional! Nosso cinema autoral, onde o que fala somos nós e não os interesses de grandes empresas e instituições. O Brasil é rico pela sua diversidade cultural e miscigenação. Porém não temos voz  nos meios de comunicação de massa, que retrata um Brasil de poucos sotaques, cores, cultura limitada e até desconhecida para os mais jovens. O povo brasileiro não aprendeu nada sobre o seu próprio país. E pretendemos unir nosso conhecimento junto à vivência favelada e nos prontificar para começar a modificar o cenário elitizado do cinema nacional, fazendo com que haja mais democracia e pluralidade neste setor.    

Por que é importante?

O diferencial da nossa turma é pensar sempre na Maré e nas favelas e nos povos periféricos, pois será uma honra proporcionar para os moradores desse e de outras comunidades algo que represente o fomento a cultura, através de ações de responsabilidade social, promovidas por nós, cubanxs, ao retornar para o Brasil. Causar empatia nos moradores é o que desejamos lacrar de fato! Pois da mesma forma que a educação proporcionou esta oportunidade para nós, assim poderá ser com outras pessoas de diferentes realidades. Conosco tudo começou na Maré, onde nós alunxs decidimos participar de um projeto para estudar cinema em Cuba na Escuela Internacional de Cine y Television (EICTV). E para ter chances no mercado de trabalho em um setor extremamente elitizado devido aos valores altos dos cursos ligados ao cinema no Brasil. Todos que compõe o projeto são cientes da realidade injusta e desigual do país e estão prontos para combater a desigualdade através da educação e da expressão artística e profissional.

O professor

“Héctor Tokman: Comunicador Audiovisual da Faculdade de Cinema da Universidad Nacional de

La Plata. Trabalha profissionalmente com câmera, fotografia, roteiro, direção e produção.

Co-fundador da Escola de Cinema em Mendoza e Diretor da Escola de Cinema, Vídeo e Televisão da Escola de Comunicação da Universidad del Mar em Valparaiso. (Chile). É produtor executivo de três longas-metragens feitos por alunos da Escola de Cinema.

Atualmente trabalha como professor no ERCCV, desenvolve projetos como roteirista e diretor, assessorias e treinamento para INCAA e a Secretaria de Cultura da Província de Mendoza”.

Fonte: http://www.cuba-cursos.org/

O curso

Iremos aprender: A produção criativa nos filmes de “baixo orçamento”. Realização de um “Design de Produção” desde o ponto de vista dos novos formatos digitais. Análise de roteiro para cada etapa da produção. Ferramentas para resolver as limitações de orçamento. Atividades práticas incluindo improvisação: Business Roundtable com Pitching.”

Fonte: http://www.cuba-cursos.org/

Quem somos? 

A diversidade é o que chama atenção no coletivo Cubanxs. Temos de 22 a 36 anos, vivências distintas e o mesmo foco. Cinema!!

Eleomar Nepomuceno, 36 anos, é músico, capoeirista, percussionista, poeta, escritor, Ogã, professor, palestrante e estudante das questões étnico-raciais e culturais do povo negro no mundo. Militante dos direito humanos e da questão racial, se considera indignado com as injustiças do mundo.

Fabrício Meilhac, 22 anos, nasceu no Rio de Janeiro e mora na favela Boogie Woogie na Ilha do Governador. Cineasta, fotógrafo e escritor, dirigiu, escreveu e produziu os curta- metragens "Treinamento Ambiental" e "Hortênsia Azul". É ativista em prol do meio ambiente e luta pela expansão cultural. Estudante por paixão, procura sempre aprender mais sobre o mundo cinematográfico, tendo o sonho de ir à Cuba para somar seu repertório.

Igor Lima Costa, 22 anos é estudante de audiovisual na ESPOCC e de teatro na Faetec de Quintino. Atualmente trabalha com projetos de comédia de humor crítico e está se especializando nas áreas de roteiro, atuação, produção e fotografia. Já atuou em uma websérie de ficção científica, entre outros trabalhos no YouTube. Com o seu trabalho, pretende potencializar o humor como ferramenta de combate à desigualdade social e as diversas opressões sofridas na periferia e a favor da  mobilidade urbana, cidadania e democracia. Sua pretensão é o de conseguir a aprovação e identificação de milhares de brasileiros com as causas de seus vídeos.

Raquel Tavares, 24 anos, é estudante de jornalismo e audiovisual. Enxerga nas mídias comunitárias e alternativas uma nova via para a democratização da comunicação. Em 2015, integrou um grupo de pesquisa sobre comunicação comunitária, parte de um projeto de extensão da UFRJ na Cidade de Deus, em parceria com o jornal comunitário A Notícia Por Quem Vive. Também vê no cinema uma poderosa ferramenta de transformação social. Atualmente está produzindo um documentário sobre o protagonismo feminino na fotografia popular. Com a ajuda dos companheiros da ESPOCC, escreveu, produziu e dirigiu o curta-metragem “Luzes Constantes”, no ano passado. O curta é um fragmento introspectivo das reflexões íntimas de uma mulher na busca pela independência emocional em seu relacionamento afetivo.

Tati Alvarenga, 32 anos, é atriz, produtora, jornalista e cineasta. Tati nasceu em Niterói, Região Metropolitana do Rio de Janeiro e atualmente mora na favela do México, em São Gonçalo -RJ. Estudou na Escola de Cinema Darcy Ribeiro entre agosto de 2014 e fevereiro de 2015, no curso Avançado de Realização Cinematográfica, ensino que dispertou a paixão pela escrita de roteiro e direção na jornalista. Já apresentou e produziu o programa República pela TV Win entre 2013 e 2014.  Ativista em prol dos direitos humanos, integra o jornal comunitário O Cidadão, primeira mídia deste seguimento a surgir na Maré. Tem fácil articulação com artistas, jornalistas e ativistas do Rio de Janeiro. Pretende seguir a carreira de atriz e diretora. Vê na arte uma forte aliada na luta por direitos e na conscientização social como forma de propagar críticas e de levar mensagem de esperança ao mundo.  É criadora do projeto Cuba e apelidou os amantes da arte que embarcaram nesta loucura de Cubanxs!

Como o dinheiro será utilizado?

12% Kickante = R$12.000,00

10%: Brindes e pós produção = R$10.000,00

78%: Pagamento da Escola em euro, ajuda de custo para os integrantes,passagens aéreas, visto, translado, passaporte para quem não possui (Andressa, Fabrício e Igor), aluguel de ilha de edição + correção de cor+ custos com internet, elaboração de contrato de comprometimento com a contra partida entre os participantes. = R$ 78.000,00

Orçamento detalhado

Obs: no orçamento detalhado vocês podem averiguar que o valor total é de R$ 107.538,00. Bom, isso é em decorrência da contra partida, pois muitas coisas poderemos produzir na guerrilha com nossas habilidades então se conseguirmos os R$100.000,00 (cem mil), o resto é só alegria.

Para acompanhar os Cubanxs:

Email: partiucuba@gmail.com